Depois do caso da falsa-presença do secretário-geral do PSD José Silvano no plenário do Parlamento, que está a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República, e depois de o Observador ter noticiado esta tarde mais duas situações semelhantes, de José Matos Rosa e Duarte Marques, o líder parlamentar do PSD rejeita responsabilidades. Segundo Fernando Negrão, “pedagogia” é a única coisa que pode fazer.

Fernando Negrão falava aos jornalistas no final de uma reunião da bancada parlamentar do PSD para discutir as propostas de alteração ao Orçamento do Estado, e garantiu que ainda não foi desta que fez essa “pedagogia”, embora pretenda vir a fazê-lo. “Ainda não fiz essa pedagogia, não, essa matéria não foi discutida aqui hoje”, disse, lembrando que a notícia do Observador foi divulgada precisamente enquanto decorria a reunião. E, mais, a reunião era dedicada ao Orçamento do Estado.

“Os casos divulgados têm pelo menos três anos, recentemente nem sequer há notícias de repetição [do caso de José Silvano]”, notou ainda Fernando Negrão, admitindo, contudo, que pode levar o tema a conferência de líderes para os partidos, em conjunto, pensarem numa solução para as lacunas no sistema parlamentar. “Pondero conversar com os outros partidos para mudar alguma coisa”, disse, não especificando o que quer ver mudado, mas garantindo que o PSD não irá tentar impor nada: “deve ser feito por todos os partidos”.

Mais dois deputados com presenças-fantasma, incluindo antigo secretário-geral do PSD

Sobre o facto de a PGR ter aberto um inquérito ao caso da password de José Silvano, Fernando Negrão mantém o que já disse sobre o tema: a responsabilidade é de cada deputado e do seu respetivo eleitorado. “A direção da bancada é apenas responsável politicamente pelo grupo parlamentar, tudo o resto cabe a cada deputado e ao seu eleitorado”, disse.

Em jeito de ironia, Negrão disse que “podia arranjar polícias para controlar o comportamento dos deputados”, mas isso seria “demagogia” e não cabe a ninguém “dar ordens aos deputados sobre o que devem ou não fazer”.

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