A Porsche, que produz excelentes desportivos e SUV muito competentes, dá ‘uma no cravo e outra na ferradura’ no que respeita aos eléctricos. Agora que está a desenvolver o seu “Panamera a bateria”, o Taycan, continua a afirmar que a Tesla não é o benchmark para a marca germânica, o que não a impede de ser continuamente apanhada a comparar os protótipos do seu Taycan com o Model S, para cúmulo uma versão antes do restyling, ou seja, já com mais de dois ou três anos e com uma bateria relativamente pequena, o P85D.
A última referência à rivalidade entre o Model S, no mercado desde 2012, e o Taycan, que surgirá apenas entre o final de 2019 e o início de 2020, chega-nos através de uma entrevista que o CEO da Porsche North America, Klaus Zellmer, deu ao Los Angeles Times. Na conversa, Zellmer afirma que “se notarmos o que a Tesla tem conseguido fazer, se analisarmos os seus volumes e os seus preços, é verdadeiramente impressionante”. E continua a enaltecer o desempenho da marca americana, ao salientar que “se eles conseguiram fazer tudo isto com uma só marca e sem uma rede de vendas com concessionários tradicionais, então o seu desempenho é ainda mais impressionante”.
Se bem que comparar a Tesla com a Porsche, como parte do poderoso Grupo Volkswagen, não faça qualquer sentido, enquanto fabricantes, opor os veículos eléctricos que ambos fabricam (ou vão fabricar em breve) faz todo o sentido, pois se um é o melhor do momento, o outro aspira a destroná-lo em breve. Esta reacção de Zellmer vem no seguimento de uma outra de Oliver Blume, o CEO da Porsche, que em finais de 2017, depois do Model S ter começado a vender mais do que o Panamera, Mercedes Classe S e BMW Série 6 e 7, admitiu que “temos enorme respeito pela Tesla e a verdade é que há muitos clientes Porsche que, por não encontrarem o que procuravam em termos de conectividade, soluções digitais e potencial eléctrico na nossa marca, foram procurá-los noutros fabricantes”.
Para já, a Porsche parece ter vantagem na rapidez da recarga, fruto do Taycan trabalhar com um sistema a 800V, o dobro da concorrência. Mas, a fazer fé nos valores anunciados pelo construtor alemão, perde em potência, capacidade de aceleração (0-100 km/h 3,5 segundos, contra menos de 2,5 do Model S) e autonomia. E já se sabe que a marca americana, cujo modelo já tem seis anos, está à espera que os seus concorrentes surjam no mercado para responder à altura com um renovado Model S, que será apresentado após a chegada dos Porsche, Audi, Mercedes e BMW, ou seja, em 2020.