Para a ministra do Mar é “absolutamente essencial resolver a questão do Porto de Setúbal”. Em entrevista ao jornal Público e à Rádio Renascença, Ana Paula Vitorino assegura que é preciso “trabalhar fortemente” para alcançar um acordo entre as partes — a greve dos estivadores é o motivo porque o Porto de Setúbal está praticamente parado desde o dia 5 de novembro. As negociações com os estivadores — em protesto contra o que dizem ser uma situação precária das condições de trabalho — vão ser retomadas já na próxima semana. “É absolutamente essencial resolver a questão do Porto de Setúbal. Não é aceitável que exista um tão elevado número de trabalhadores eventuais e que uma infraestrutura como aquela, que serve de suporte para as exportações, prejudique as empresas”, afirma a ministra.
Estivadores de Setúbal. Que greve é esta e como está a afetar a Autoeuropa?
Ana Paula Vitorino assegura em entrevista que a solução “está muito mais perto do que se possa pensar” e diz ser necessário um acordo que “acabe com a precariedade completamente desregulada no Porto de Setúbal”. A falta de acordo, diz a ministra, pode pôr em causa do futuro do porto que, apesar de no contexto nacional valer 6% da movimentação de carga, “tem uma importância estratégica porque é um porto industrial, que movimenta matérias-primas e produtos acabados de alto valor”. “Estamos a fazer o nosso melhor para mediar. Mas estamos a tomar as medidas necessárias para que os outros portos nacionais possam receber todas as cargas que eram até agora movimentadas em Setúbal”, continua.
Tendo em conta a posição do Bloco de Esquerda que, além de estar ao lado dos estivadores, já pediu a demissão da ministra do Mar, Ana Paulo Vitorino responde assim: “Há uns que tentam resolver o conflito defendendo os trabalhadores e os postos de trabalho e há os outros que se põem numa situação de dizerem sistemática e recorrentemente que pedem a demissão dos ministros”.
Questionada ainda sobre o “clima intimidatório” da greve, a ministra confirma que há carros desfeitos, pessoas ameaçadas e outras agredidas. “Isso são matérias de justiça. Essa investigação não cabe ao Governo fazer.”