O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, afirmou terça-feira, no Funchal, que há condições para subir o salário mínimo para 650 euros em 2019 e acusou o Governo de “cumplicidade” com o patronato ao fixá-lo nos 600 euros.

“Os salários dos trabalhadores estão praticamente estagnados e ainda recentemente tivemos o exemplo do Governo que, em cumplicidade com os patrões, ficou-se pelos 600 euros [de salário mínimo], ou seja, um aumento de 67 cêntimos por dia”, disse o dirigente sindical.

Arménio Carlos participou na inauguração da Casa Sindical da Madeira, a nova sede a União dos Sindicatos da região autónoma (USAM) e da Associação das Delegações Sindicais Conjuntas, no centro da capital madeirense.

“Os salários dos trabalhadores continuam a não corresponder àquilo que seria desejável e exigível. A economia cresce, mas as desigualdades permanecem”, sublinhou o líder da Intersindical, vincando que era possível “concretizar” os 650 euros de salário mínimo já a partir de janeiro.

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Arménio Carlos lembrou que este ano houve um “conjunto vasto” de contratos coletivos de trabalho que estabeleceu valores mínimos superiores ao salário mínimo nacional, atualmente de 580 euros, pelo que considera haver condições para um aumento de acordo com a proposta da CGTP.

O sindicalista referiu, por outro lado, que a proposta sobre a contratação coletiva apresentada pelo Governo na Assembleia da República é “inaceitável”, porque “mantém tudo aquilo que de pior a legislação do trabalho tinha anteriormente e, em alguns casos, até a agrava”.

Arménio Carlos alertou, ainda, para o aumento da contestação social, sublinhando que resulta do facto de grande parte dos compromissos que o executivo assumiu com os sindicatos e os trabalhadores não ter sido cumprida.

“A célebre máxima de ‘palavra dada é palavra honrada’ aqui funcionou ao contrário. E, por isso, não resta aos trabalhadores outro caminho que não seja o da luta”, disse, realçando que Governo “está de costas voltadas para dar resposta aos principais problemas dos trabalhadores”.