O eurodeputado e cabeça-de-lista do PSD às eleições europeias, Paulo Rangel, vai à Venezuela encontrar-se com Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional e reconhecido como presidente do país pela maioria dos Estados europeus. O encontro ocorre na próxima terça-feira, 19, e Paulo Rangel antecipa ao Observador que o objetivo da visita é fazer “pedagogia” e explicar a “posição que o PPE tomou relativamente à Venezuela: a convocação de eleições livres e justas“.
O eurodeputado e chefe de delegação do PSD em Bruxelas — que se desloca a Caracas na qualidade de vice-presidente do Partido Popular Europeu (PPE) — será acompanhado por mais dois vice-presidentes daquela família europeia, o espanhol Esteban González Pons e a holandesa Esther de Lange.
Paulo Rangel diz que também pediu para ser ouvido por um responsável do “governo de facto”, mas ainda não obteve confirmação do regime de Maduro sobre se esse encontro vai ocorrer nem, caso ocorra, quem será o representante de Caracas. No âmbito da “pedagogia”, o PPE quer transmitir ao partido de Nicolás Maduro que têm da parte da maior família europeia a garantia de que podem “concorrer a eleições”. É preciso é que elas ocorram.
Rangel admite que a “viagem tem alguns riscos” do ponto de vista da segurança, mas que será seguido o canal diplomático da União Europeia, uma vez que os vice-presidentes do PPE vão à Venezuela como membros de uma instituição comunitária (o Parlamento Europeu). O eurodeputado diz ao Observador que a sua posição e a do PPE é “muito clara” quanto “à condenação da situação existente“, de “apoiar a realização de eleições” e de ser “solidário” com o presidente da Assembleia Nacional.
Há ainda a possibilidade de Rangel e os seus homólogos serem ouvidos na Comissão das Relações Exteriores do Parlamento venezuelano. O eurodeputado vai também tentar encontrar-se com responsáveis da comunidade portuguesa, sendo essa uma “preocupação”.
Sobre se o tema Venezuela pode marcar a campanha das Europeias em Portugal — uma vez que Bloco e, acima de tudo o PCP, condenam a posição da União Europeia — Rangel rejeita fazer deste caso um combate político. “Por mim este não será um tema de campanha no sentido partidário”.