Ainda antes da conferência de imprensa de Frederico Varandas em Alvalade, Bruno de Carvalho, ex-líder do Sporting, anunciara que iria reagiu no Shopping Cidade do Porto, onde marcaria presença para uma sessão de lançamento do livro Sem Filtro – As histórias dos bastidores da minha presidência. Apesar de não ter sido muito referido durante a semana, e conforme o Observador já tinha destacado, um dos temas da “verdade sobre o Estado da Nação” seria o primeiro rol de conclusões da auditoria forense, que deram o mote para muitas críticas de Varandas à gestão dos últimos cinco anos, da parte financeira ao futebol, passando sobretudo pela falta de investimento na formação e na própria Academia em termos de estrutura.
Tudo o que falou para a Academia já estava implementado, com orçamento aprovado. Tudo o que falou sobre a formação, já estava implementado. Os orçamentos já existiam para todas as áreas. Só ouvi mentiras nesta conferência. É verdadeiramente inaudito que uma pessoa, que não é uma pessoa qualquer, que foi um dos golpistas do Sporting, venha agora pedir tempo às pessoas. Frederico Varandas foi uma das pessoas que mais fez para que a minha direção saísse do Sporting. Foi lamentável, enquanto sportinguista e enquanto ex-presidente. Não teve nenhuma palavra de apreço para os sportinguistas, apenas chavões”, começou por comentar o antigo número 1 leonino entre março de 2013 e junho de 2018.
“Varandas esqueceu-se de dizer que nós fizemos campos novos na Academia. Esqueceu-se de dizer que fizemos a reestruturação elétrica em toda a Academia. Esqueceu-se de dizer que fizemos obras de manutenção na cobertura do estádio. Nos quartos dos miúdos, foram feitas obras e está tudo restaurado. Foram capazes de derrubar uma direção que, essa sim, estava a fazer um projeto para os sportinguistas e que estava a provocar cada vez mais alegria aos sportinguistas”, salientou, prosseguindo: “Nunca vi uma conferência tão lamechas e autofágica. Levou o tempo todo a dizer mal do clube, dos funcionários, do software… Parece que voltámos a 2011/2012. E pela primeira vez oiço um presidente de clube dizer com orgulho que tinha menos sócios”.
Bruno de Carvalho abordou também os quatro pontos que levantaram dúvidas nesta primeira abordagem à auditoria forense que está a ser feita nos últimos meses ao período do antigo presidente leonino no clube, nomeadamente o pagamento de 1,7 milhões a uma sociedade de advogados que tinha como associados um antigo vogal e o (agora) ex-sogro.
“Eles garantiram que não iam mentir mais aos sportinguistas mas isto da MGRA é tudo uma mentira pegada. Foi pago um milhão em cinco anos. Se virem o valor anual que é pago e se perceberem que o Sporting deu sempre lucro nos nossos mandatos, percebem perfeitamente que o trabalho que esta empresa realizou foi fantástico. Alexandre Godinho saiu da empresa e depois, num processo de seleção, entrou uma pessoa que já não me diz nada, que é o meu antigo sogro. Tenho exatamente o mesmo sentimento pelo meu sogro do que por Frederico Varandas”, referiu o antigo presidente, destituído em Assembleia Geral.
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“Xau Lda.? Batuque? Uma das lutas desde que cheguei ao Sporting foi acabar com a equipa B. Agora é fácil a estes catraios falarem da equipa B porque já não existe. Por muito que não gostasse, o Sporting aceitou fazer mais um triénio de equipa B para ajudar as equipas da Segunda Liga e com isso tinha de se contratar jogadores. Sempre fui contra a equipa B e a favor dos Sub-23, podem perguntar às pessoas da Federação, que vão dizer que afinal tinha toda a razão quando disse que a equipa B não era um bom caminho de progressão para os jogadores mas sim os Sub-23. Fui eu que disse isso na Federação há quatro anos. Fala-se tanto de dinheiro mas, em três jogadores, o Sporting pagou de comissão 1,5 milhões de euros. Com Doumbia (480 mil euros), com Luiz Phellype (200), com Plata (400). Mas isso não interessa”, concluiu Bruno de Carvalho.