A DefinedCrowd, empresa de análise de dados com recurso a inteligência artificial, fundada por Daniela Braga, vai contratar “mais de 70 pessoas profissionais” até ao final de 2019, anunciou a empresa no Mobile World Congress (MWC), a maior feira de smartphones e tecnologia móvel do mundo, onde está pela primeira vez. Apesar de estar sediada nos Estados Unidos da América, em Seattle, tem escritórios em Tóquio, no Japão, em Lisboa e no Porto.
Vamos começar a gastar um milhão de dólares em pessoas. Financeiramente, vamos ver o retorno muito em breve. Este ano ano vamos fazer o break-even [ponto de equilíbrio a partir do qual o projeto começa a ser rentável]”, disse Daniela Braga, presidente executiva e fundadora da DefinedCrowd ao Observador.
As vagas contemplam os departamentos de desenvolvimento, produto, marketing e operações, com vagas para programadores de software (frontend, backend e full stack), QA Automation Engineers, e Machine Learning Engineers. O recrutamento é “maioritariamente para os escritórios de Lisboa e Porto”, com hipótese de algumas vagas serem para os escritórios fora de Portugal. Qual é o objetivo desta busca de talento? “Expansão do produto da empresa: uma plataforma que permite aos cientistas de dados recolher, estruturar e enriquecer dados de treino de alta qualidade para aplicações de IA”, diz a DefinedCrowd em comunicado.
Atualmente, a empresa tem clientes como “a BMW e a Mastercard” ou as portuguesas “EDP e Grupo Mello Saúde”. Fundada em 2015 e com mais de 40 clientes a nível global, agora, o objetivo a médio prazo “é ambicioso”, diz Daniela Braga: “Queremos ser a empresa número um de dados para Inteligência Artificial no mundo”. A startup conta com um investimento de 12,9 milhões de dólares em três anos
Mesmo sem ter uma aposta nas tecnologias móveis, a DefinedCrowd é uma das empresas com ADN português que está no MWC. A razão da “primeira presença num evento europeu”, deve-se ao apoio governo do Estado onde a empresa está sediada e onde, desde 2012, Daniela Braga vive: o Estado de Washington, no noroeste dos Estados Unidos da América. “A delegação do Estado de Washigton tem sido excelente no nosso crescimento”, afirma a executiva que já trabalhou na Microsoft no desenvolvimento de linguística em inteligência artificial.
O esforço em alcançar o break-even este ano, mesmo com a contratação de 70 novas pessoas para a empresa (atualmente, tem já 80 espalhados pelos vários escritórios), vai ser conseguido, diz a executiva. Como? Devido aos pedidos dos clientes atuais. Para tal, o rendimento necessário para este efeito até ao final do ano já está a contemplar os 70% das receitas que vão ser conseguidas em 2019 com os clientes atuais. Mas a executiva vê mais crescimentos.
*O Observador está no Mobile World Congress a convite da Huawei Portugal.