O Benfica voltou a golear na Luz — num jogo em que os adeptos foram para o intervalo com alguma nostalgia dos 10-0 ao Nacional, em que no final dos 45 minutos os encarnados também venciam por 3-0 — e Bruno Lage continua completamente vitorioso na Primeira Liga, com quatro vitórias em quatro jogos, 23 golos marcados e apenas três sofridos. Na verdade, nos últimos seis jogos em casa para todas as competições, que correspondem também às seis partidas na Luz sob o comando de Lage, o Benfica marcou sempre pelo menos três golos. E dois dos principais mecenas dessa companhia goleadora que o treinador fundou são Seferovic, que de patinho feio passou a melhor marcador do Campeonato e leva já 19 golos, e João Félix, que superou Pedro Mantorras e é agora o jogador mais novo da história do Benfica a chegar aos dez golos.

Mas esta segunda-feira, contra o Desp. Chaves de Tiago Fernandes e mesmo com os golos do suíço, de João Félix, de Rafa e de Seferovic, o jogo de paciência de que o Benfica precisou para levar de vencidos os flavienses assentou principalmente nos dois homens do meio-campo, que seguraram e garantiram as transições ataque-defesa que permitiram a Pizzi e Rafa a liberdade de explorar terrenos interiores. Florentino, titular pela primeira vez no Campeonato depois de integrar o onze inicial nos dois jogos da eliminatória com o Galatasaray, e Gabriel, que de suplente de Rui Vitória passou a trunfo de Bruno Lage, foram imperiais na primeira linha depois da defesa e terminaram os 90 minutos com números de eficácia de passe e recuperações de bola acima da média. O médio brasileiro, que foi considerado o melhor jogador em campo, recebeu o prémio em lágrimas e com poucas palavras: “Agradeço a Deus. Só tenho mesmo que agradecer”.

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Na flash interview, Bruno Lage defendeu que o Benfica fez uma “boa exibição”, com uma “entrada forte e determinada”. “Na primeira parte soubemos o que tínhamos de fazer, circular bem a bola, com paciência, e fazer golo. Acertámos na estratégia do Desp. Chaves. Foi uma primeira parte muito boa. Parabéns aos jogadores que têm sido fantásticos no treino. Quando se treina com qualidade e com ambição de evoluir acontecem bons jogos e é isso que temos vindo a fazer”, explicou o treinador encarnado, que voltou a sublinhar a importância do treino, como tem feito desde que assumiu o comando técnico da equipa.

Sobre as mudanças que teve de fazer, face às ausências de Ferro e André Almeida, Lage garantiu que os substitutos “corresponderam”. “O Samaris já tinha jogado a central, as coisas foram ajustadas e correram bem nesse capítulo. Tivemos sempre uma transição forte dos homens da frente, mas estivemos sempre equilibrados, com o Florentino, o Samaris e o Gabriel”, acrescentou o técnico, que garantiu ainda que as oito vitórias consecutivas no Campeonato são “fruto do trabalho dos jogadores”. E para o jogo do próximo sábado no Dragão, onde o Benfica pode chegar à liderança em caso de vitória frente ao FC Porto — algo que era quase impensável quando Bruno Lage substituiu Rui Vitória –, o treinador só tem um pedido aos adeptos: “Peço-lhes que nos apoiem como têm feito até aqui. Têm sido uma ajuda enorme”.