A construção do monumento rural erguido entre 1705 e 1722 foi motivo de intrigas célebres com o dedo de Sarah Churchill, duquesa de Marlborough, e conhecido por ter sido o local de nascimento de Winston Churchill e residência de uma extensa linhagem. A descoberta recente no espaço que serviu de cenário ao filme “A Favorita”, e que fora uma oferta da rainha Ana (1665-1714) traz alguma luz sobre a monarca, protagonista do título de Yorgos Lanthimos.

Historiadores, citados pelo Times, contam como encontraram uma lista de gastos de Ana da Grã-Bretanha e o elenco não podia ser mais extravagante. Estima-se que em apenas três anos, entre 1708 e 1711, a rainha tenha gasto mais de 12 milhões de libras (quase 14 milhões de euros), se atualizarmos as contas para os nossos dias. Um volume de gastos que rapidamente levou os súbditos da majestade atual a por em perspetiva o guarda-roupa de Meghan Markle, pouca dada a reciclagens de looks.

“A Favorita”: a rainha instável, a favorita arrogante e a jovem usurpadora

E neste caso, nem é de roupas que falamos.  Alexa Frost, arquivista e historiadora em Blenheim falou sobre o documentado encontrado, um manuscrito com 300 anos. Entre os items conta-se um valor de 50 libras em chocolate quente — hoje equivalente a umas 11 mil libras (cerca de 13 mil euros) — sendo que a bebida era considerada uma delicada e trendy companhia dos aristocratas, antes da popularização do chá.

Mas há mais. O balanço inclui ainda uma enigmática alínea, o pagamento de 10 libras (hoje mais de 2,250 mil libras, ou 2,610 euros) a alguém que é descrito como um “espanhol louco”. E se pensa que Ana está numa boa posição para ser eleita uma das soberanas mais despesistas, desengane-se. Feitas as contas, a rainha era até mal vista por não investir o suficiente na sua apresentação, e há pelo menos dois nomes, masculinos, que a ultrapassam facilmente, James I e Carlos II.

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