Tal como prometido, a Polestar revelou hoje o seu há muito anunciado rival para o Tesla Model 3. Trata-se do Polestar 2, precisamente o segundo modelo a receber o emblema da recém-criada marca, que conquistou a sua própria independência, após anos a ser apenas sinónimo das versões mais performantes da Volvo.

Depois do 1, um coupé elegante e o único híbrido do mercado a ser capaz de percorrer 150 km em modo eléctrico, eis que a marca aponta a um target não tão elitista, propondo um fastback exclusivamente alimentado a bateria, em que o preço será um argumento decisivo. Enquanto o Polestar 1 é comercializado por valores na ordem dos 150 mil euros, em Portugal, o Polestar 2 vai custar cerca de um quarto desse montante, com os preços a arrancarem nos 39.900€ no mercado alemão. Porém, no primeiro ano só vai poder ser adquirida a versão de lançamento, que exige em troca 59.900€, sem que sejam conhecidos os detalhes que vão separar a Launch Edition da versão mais acessível.

E se é verdade que a produção do Polestar 1 ainda nem sequer se iniciou, o que está previsto para meados de 2019, o 2 só começará a ser produzido dentro de um ano, em 2020, na China. E não para todos os mercados, pois a política da marca foi privilegiar os países onde os BEV (veículos eléctricos a bateria) têm maior expressão: China, Estados Unidos, Bélgica, Alemanha, Holanda, Noruega, Suécia e Reino Unido. Ou seja, Portugal está, para já, fora do mapa de entregas, embora a nota de imprensa abra essa possibilidade lá mais para a frente, ao referir que “estão a ser estudados novos mercados para expansão futura”.

Polestar 2 versus Tesla Model 3 AWD Long Range

Com um design elegante e cheio de personalidade, o novo 2 tem uma imagem distinta e promete acabamentos de qualidade (algo em que a Tesla não está senta de reparos), a par de uma completa dotação tecnológica. Mas, antes do mais, com que versão do Model 3 pode ser comparado? A resposta já está no mercado português, é a Long Range, que por cá custa 60.200€, mas que na Alemanha, país que a Polestar usa como termo de comparação europeia, é comercializado por 55.400€.

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Primeiro contacto: já guiámos o Model 3 em Portugal

Assente na plataforma Compact Modular Architecture da Volvo (a mesma do XC40), o Polestar 2 começa por ser ligeiramente mais pequeno do que o seu rival. Mede 4,61 metros de comprimento, enquanto o eléctrico americano reclama 4,69 m. A bagageira oferece acomodação para 404 litros, o que é melhor do que o Model 3 (340 litros), mas só se nos esquecermos que o Tesla tem na frente uma “frunk” com 85 litros de capacidade.

Mas é no capítulo da mecânica que a discussão sobre quem é o melhor promete ser mais acesa. Isto porque o Polestar oferece 408 cv de potência, enquanto o Model 3 se fica pelos 351 cv, extraídos e dois motores eléctricos, um de 256 cv e outro de 200 cv (a potência total máxima não resulta da soma aritmética). O Polestar 2 também coloca um motor por eixo, o que lhe permite oferecer tracção integral, mas  alimenta-os com uma bateria de iões de lítio de 78 kWh, enquanto o Model 3 está equipado com uma de 75 kWh. Apesar da potência dos motores eléctricos não interferir muito na autonomia, se conduzidos à mesma velocidade, a autonomia do Model 3 Long Range acaba por ser superior, ao anunciar 560 km, enquanto o Polestar 2 promete 500 km já novo ciclo WLTP. No mais exigente método americano EPA, a autonomia deste último cifra-se nas 275 milhas, ou seja, o equivalente a 443 km, contra as 310 milhas nas mesmas condições do Model 3 Long Range, ou seja, 500 km.

E em termos de prestações? Para já, pouco se sabe do lado da Polestar, com a marca a referir apenas que o 2 cumpre os 0 a 100 km/h em menos de 5 segundos. Exactamente, serão 4,7 segundos, segundo o que avança a imprensa internacional, o que faz com que este registo supere o Model 3 Long Range (4,8 segundos). Já quanto à velocidade máxima, fixada nos 233 km/h para o eléctrico americano, não há qualquer informação relativa ao Polestar 2, sendo de recordar que o mais possante dos Model 3 é a versão Performance, com a mesma bateria (75 kWh), mas mais potência (462 cv), mais velocidade (250 km/h), mais rapidez (0-100 km/h em 3,5 seg), mas menos autonomia (530 km) e peço mais elevado (66.100€, na Alemanha).

5 fotos

A Polestar também não avança grandes detalhes em relação ao carregamento do pack de baterias que está instalado no piso do veículo, sendo composto por 27 módulos. Adianta que esta solução contribui para “um aumento da rigidez do chassi e para melhores níveis de insonorização e de vibração “ – o ruído de rolamento terá sido reduzido em 3.7 decibéis face a um chassi tradicional. Diz o comunicado que a “Polestar está a estabelecer colaborações estratégicas que irão proporcionar aos seus clientes um acesso simples à maior rede de carregamento público mundial”. Ao que parece, o 2 tem um sistema de carga interno que admite até 11 kW em corrente alterna e um sistema de carga rápida compatível com uma potência de até 150 kW. Os tempos de carga não foram avançados.

Por dentro, muito luxo… e o tal ecrã da Tesla

Olhando para as fotos do interior do Polestar 2, não haverá como não apreciar o trabalho dos estilistas suecos. Ao centro, destaca-se um enorme ecrã táctil de 11 polegadas, comandável por voz e disposto na vertical tal como acontece em alguns modelos da rival californiana. A vantagem é que o sistema operativo é Android, o que significa que o fastback vai oferecer diversos serviços da Google, do Google Assistant ao Google Maps, passando pelo suporte para veículos eléctricos e Google Play Store.

Outra das novidades reside na tecnologia sem chave, o Phone as Key, que não só permite aceder ao veículo, como este ajusta as diferentes definições ao condutor. O que significa que o 2 pode ser partilhável e presta-se a uma variedade de serviços conectados, como as entregas de compras online na bagageira do carro, por exemplo.