O cabeça de lista do PSD às eleições europeias acusou este sábado o ministro das Finanças de ter “duas caras” em relação ao Novo Banco e disse que Mário Centeno não pode “lavar as mãos como Pilatos” nesta questão.

“O ministro Mário Centeno é, no fundo, uma pessoa que tem duas caras. Tem uma cara em Lisboa e tem outra cara em Bruxelas. Já vimos isso no Orçamento (…).E com a questão do Novo Banco é a mesma coisa. Ele prometeu-nos um determinado quadro, quando fez a venda que fez, e agora o que nós vemos é que esse quadro é uma espécie de saco sem fundo. E, portanto, o ministro Centeno tem de responder e tem de explicar, não pode lavar as mãos como Pilatos na questão do Novo Banco”, afirmou Paulo Rangel.

Paulo Rangel falava à agência Lusa à margem da iniciativa da Distrital de Castelo Branco da JSD “Democracias XXI”, que está a decorrer na vila de Alcains.

O Novo Banco anunciou na sexta-feira que vai pedir uma injeção de capital de 1.149 milhões de euros ao Fundo de Resolução. No ano passado, para fazer face a perdas de 2017, o Novo Banco já tinha recebido uma injeção de capital de 792 milhões de euros do Fundo de Resolução, pelo que, a concretizar-se o valor pedido agora, as injeções públicas ficarão em mais de 1.900 milhões de euros.

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O eurodeputado sublinhou que o PSD já fez questão de chamar o ministro das Finanças à Assembleia da República e adiantou que Mário Centeno tem que se “responsabilizar pela situação”.

“Agora, cabe-nos a nós ouvir o que tem o ministro a dizer. Como é que vai explicar que os contribuintes portugueses, mais uma vez, sejam chamados a fazer um esforço, eu diria colossal, porque estamos a falar de mil e cem milhões de euros, com a solução que foi encontrada pelo próprio ministro Mário Centeno”, sustentou. Rangel sublinhou que, no fundo, esta situação, “é o reflexo das duas caras”.

“Diz-se uma coisa em Bruxelas e diz-se outra coisa em Lisboa. Isto é típico deste Governo a vários níveis”, afirmou.