A EDP confirma que a nova estratégia a apresentar ao mercado vai contemplar um plano de venda de ativos e um reforço do investimento em renováveis. O esclarecimento sem mais detalhes foi feito em comunicado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) em reação a notícias sobre as novas linhas do plano estratégico que serão conhecidas esta terça-feira. A empresa remete as decisões para o dia 11 de março, esta segunda-feira, quando a administração executiva vai reunir com o conselho geral e de supervisão, órgão que representa os acionistas de referência, para discutir a nova estratégia até 2022.
No entanto, os sinais dados vão no sentido das propostas feitas pelo fundo americano Elliott que em carta aos acionistas da EDP recomendou a venda de ativos no valor de mais de sete mil milhões de euros. Na Península Ibérica, o fundo apontava para a alienação de centrais térmicas, a carvão e gás natural, bem como para abertura de 49% do capital das redes de distribuição. Outra proposta feita pelo fundo ativista, que considera a oferta pública da China Three Gorges um mau negócio, previa ainda a venda da EDP Brasil.
Ativista ou abutre? As manobras agressivas do fundo americano que quer dar a volta à EDP
Na semana passada a agência Reuters noticiou que a EDP estava a preparar a alienação de ativos em Portugal, sem especificar quais. O jornal Eco indicou, por seu turno, que a elétrica queria investir sete mil milhões de euros em operações de energias renováveis. Já o Expresso tinha sinalizado que entre as operações a vender estariam barragens.
A EDP irá apresentar esta terça-feira a revisão do plano estratégico para 2019/22 em Londres, quando serão também conhecidos os resultados de 2018 da maior empresa portuguesa. Os lucros da elétrica deverão ser os mais baixos em mais de uma década por causa das medidas políticas e regulatórias em Portugal que retiraram 285 milhões de euros às receitas já recebidas pelas centrais que operam no regime CMEC (custos de manutenção do equilíbrio contratual).