Quem estivesse a fazer zapping pela televisão no domingo à noite, por volta das 22h, corria o risco de cruzar-se com pessoas nuas a correrem no mato durante a noite, a fazerem flexões ou a dormirem dentro de uma espécie de “fortificação” improvisada com pequenas peças de mobiliário. Parece estranho, mas aconteceu mesmo e foi a estreia do mais recente reality show da TVI, “Começar do Zero”.

Tudo pode parecer confuso mas a premissa por detrás deste programa explica tudo: durante 10 dias, vários participantes (de Lisboa, Braga, Fátima e Montijo, neste caso) oferecem-se voluntariamente para abdicarem de todos os seus pertences — móveis, roupa, tecnologia, eletrodomésticos e até comida — para perceberem o real valor daquilo que têm. Uma suposta lição sobre o consumismo e o valor que damos aos bens materiais nos dias que correm.

Depois de toda a polémica causada pelo seu mais recente reality show, o programa “Quem Quer Casar Com o Meu Filho?”, a TVI voltou a arriscar num formato que parece já estar a fazer furor nas redes sociais. Apesar do efeito novidade que este “Começar do Zero” está a causar nos portugueses, a verdade é que ele já tem quatro anos — e começou de forma relativamente diferente.

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Criado em 2015, na Dinamarca, esta versão cujo título original era “Undressed” foi criada com a intenção de revelar a verdade pura e dura do estilo de vida consumista das sociedade contemporâneas. O primeiro programa de todos envolveu quatro participantes em Copenhaga que foram viver para apartamentos individuais totalmente vazios, podendo uma vez por dia ir buscar um dos seus objetos pessoais ao enorme contentor onde tudo fica guardado, ao pé da casa de cada um.

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O programa do canal DB3 foi um sucesso estrondoso e muitos diziam na altura que isso apenas se devia à nudez. Irene Stroeyer, a diretora criativa deste “Undressed”, contudo, sempre recusou esse cenário e chegou mesmo a afirmar ao Daily Mirror que a popularidade da sua criação devia-se apenas ao impacto moral que tinha nos espetadores. “O objetivo da experiência é despoletar uma sensação mais apurada daquilo que é o nosso comportamento consumista”, explicou.  “É muito extremo, claro, entregar tudo o que tens. O objetivo é fazer com que tanto os participantes como os espetadores pensem naquilo que realmente precisam ou não. O que é inútil e o que é importante.”

[O trailer do programa original]

De volta a Portugal e às redes sociais, o programa “Começar do Zero” já começou a suscitar o interesse (e humor), e ao cair da noite o Twitter vestia-se de comentários para todos os gostos: “Estão todos vestidos na RTP, que seca” ou “Apesar de serem pessoas adultas, se fosse o pai desta gente que participa no programa da TVI ainda era gajo para lhes dar um par de estalos”.

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