Nicolás Maduro ordenou esta quinta-feira a detenção de Leopoldo López, opositor do regime do atual Presidente da Venezuela, por ter violado a sua prisão domiciliária e a ordem de não falar em público, de acordo com o El Espanol. A ordem proveio do Supremo Tribunal da Venezuela. Durante esta quinta-feira, o atual Presidente da Venezuela marchou ainda nas ruas ao lado das Forças Armadas, em clara mensagem de oposição a Juan Guaidó.
López está desde terça-feira refugiado com a sua mulher e filha menor na embaixada de Espanha em Caracas. No entanto, segundo fontes diplomáticas espanholas, o opositor não terá pedido asilo político, alegando que apenas procura evitar atentados contra a sua vida e integridade política. Anteriormente, López, de 48 anos, esteve na embaixada do Chile, passando pouco depois para a residência do embaixador espanhol em Caracas, Jesús Silva.
O Supremo Tribunal venezuelano acusa Leopoldo López de “violar flagrantemente” a prisão domiciliária e de quebrar a medida que o proibia de fazer “pronunciamentos políticos por meios convencionais e não convencionais, nacionais e internacionais”.
Leopoldo López, o padrinho político que Guaidó libertou da prisão para tirar Maduro do poder
Na segunda-feira, o Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, ordenou a libertação de López na denominada “Operação Liberdade”. Agora, três dias depois, a reação de Maduro foi emitir um mandado de captura para o opositor. Já na quarta-feira, menos dois dias depois de ter sido libertado, a casa do venezuelano foi assaltada. A mulher do político, a ativista Lilian Tintori, acusa as autoridades venezuelanas de estarem por detrás do assalto.
O político natural de Caracas foi condenado a 14 anos de prisão em fevereiro de 2014. Na altura, o opositor foi retirado à força de sua casa pelos serviços-secretos venezuelanos e enviado para a prisão militar de Ramo Verde, no sul de Caracas. López foi condenado por ter convocado, em 2014, uma manifestação que acabou com confrontos violentos, onde morreram três pessoas.
Em 2017, depois de cumprir três anos de uma sentença de 14 anos na cadeia militar, foi admitido em prisão domiciliária.
Tribunal de Caracas libra orden de aprehensión contra Leopoldo López https://t.co/cAW4pzI9IN pic.twitter.com/l6EFCgD4ot
— TSJ Venezuela (@TSJ_Venezuela) May 2, 2019
Nicolás Maduro marcha pelas ruas com os militares
O atual Presidente da Venezuela marchou esta quinta-feira ao lado de importantes figuras militares. O objetivo foi mostrar o apoio das Forças Armadas ao regime e enviar uma mensagem de oposição a Guaidó.
Através da sua conta oficial de Twitter, Maduro descreveu a marcha como “uma clara demonstração da força moral e integridade das gloriosas forças armadas venezuelanas”. “Estamos em marcha permanente pela Pátria, com máxima moral para enfrentar as traições, desarmar as conspirações golpistas e cuidar da Paz da República”, continou Maduro.
Estamos en marcha permanente por la Patria, con máxima moral para enfrentar las traiciones, desarmar las conspiraciones golpistas y cuidar la Paz de la República. pic.twitter.com/tKIvgRfg76
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) May 2, 2019
O atual presidente quer as Forças Armadas “cada vez mais socialistas”.
El odio y la mentira no podrán jamás romper con la disciplina y el patriotismo de los soldados del Libertador Simón Bolívar. Contamos con una #FANB cada vez más socialista, bolivariana y profundamente chavista. pic.twitter.com/okYherh8xP
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) May 2, 2019
Ao longo do dia, Maduro fez várias publicações no Twitter.
Al llegar al Patio de Honor de la Academia Militar, fui recibido por los Comandantes de los Componentes de la #FANB y la Milicia Bolivariana, quienes en unidad monolítica están más leales que nunca a la Patria. ¡Fuerza y Liderazgo Compatriotas! pic.twitter.com/MQPhik5sqS
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) May 2, 2019
“Estou orgulhoso da grande força, amor e patriotismo do povo venezuelano, que permanece mobilizado na batalha para defender a independência da Pátria. Viva a Venezuela!”, escreveu ainda Maduro.
Estoy orgulloso de la gran fuerza, amor y patriotismo del pueblo venezolano, que permanece movilizado y en batalla para defender la independencia de la Patria. ¡Viva Venezuela! pic.twitter.com/Od3AEIKoYZ
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) May 2, 2019
Nicolás Maduro desfilou ao lado de Vladimir Padrinodo, ministro da Defesa, e Remigio Ceballos, chefe de operações militares.
O último balanço aponta para a morte de quatro protestantes nos conflitos que têm assolado a Venezuela durante a semana. Há ainda o registo de 230 feridos.