O Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas suspendeu as negociações com a ANTRAM e entregou um pré-aviso de greve, com início marcado para 23 de maio às 00h01, avançou a RTP3 e confirmou ao Observador o vice-presidente do sindicato, Pedro Pardal Henriques. Caso venha a ocorrer, a greve tem lugar três dias antes das eleições europeias, marcadas para domingo, 26 de maio.
Os motoristas de matérias pesadas fizeram uma greve a 15 de abril por dois motivos principais: a subida do salário base para motoristas de pesados desta categoria para 1.200 euros (dos 630 atuais) e a criação de uma categoria especial para este tipo de motoristas.
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As empresas de transportes representadas pela ANTRAM recusaram inicialmente os 1.200 euros, considerando que seria incomportável para a sua sustentabilidade. No entanto, as negociações decorreram com reuniões entre as partes, a última das quais esta terça-feira.
Na manhã desta quarta-feira, a ANTRAM divulgou na sua página oficial um comunicado no qual dizia que a proposta em cima da mesa na reunião de terça-feira à noite tinha sido de 700 euros de salário base. Uma informação que o Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas contraria.
“O que foi acordado foi um período de adaptação para as empresas até 2022 no que diz respeito ao salário base. Assim, em janeiro de 2020 o salário base subiria para 1.010 euros. Em janeiro de 2021 para 1.100 euros e em janeiro de 2022 para 1.200”, disse ao Observador Pedro Pardal Henriques. “Face a esta pouca vergonha, entregámos um pré-aviso de greve que já seguiu.”
À RTP3, Pedro Henriques disse esta quarta-feira ao final da tarde que o sindicato que representa não recuou nas negociações e acusou a ANTRAM de “brincar com o sindicato”, tal como “brincou com os outros sindicatos ao longo destes 20 anos”. “[A ANTRAM] anda a ganhar tempo negocial e nós não estamos para isso. Com esta atitude da ANTRAM foi violado o princípio da boa fé negocial. Não vamos conceder mais tempo”, continuou.