Em 2015/16, primeiro ano de Jorge Jesus no Sporting e também primeiro ano de Rui Vitória no Benfica, os encarnados só confirmaram aquele que era o terceiro título consecutivo (e que seria o terceiro de quatro) na última jornada. O Sporting precisava de ganhar em Braga e esperar que o Benfica escorregasse em casa com o Nacional: os leões golearam os bracarenses mas os encarnados venceram os madeirenses e evitaram aquela que seria uma estreia de sonho de Jorge Jesus em Alvalade.

Desde aí, nunca mais o campeão nacional português ficou decidido na derradeira jornada. Foi preciso esperar três anos — e mais outro título do Benfica e ainda um do FC Porto — para voltar a viver um último fim de semana de Liga portuguesa ao rubro, com emoção e decisões no fio da navalha. Esta temporada, uma das mais renhidas da última década, o campeão nacional só ficará mesmo decidido na último jogo, já que o FC Porto goleou o Nacional na Madeira e adiou tudo para a próxima semana, faça o Benfica aquilo que fizer em Vila do Conde com o Rio Ave.

Mesmo sem Herrera e Brahimi, os dragões não vacilaram e fizeram tudo aquilo que estava ao seu alcance para evitar que o Benfica fosse campeão nacional já este domingo. Alex Telles marcou o sexto golo da temporada, mais do que marcou nas últimas duas juntas, Óliver correspondeu e foi uma solução viável para a ausência de Herrera, Corona marcou pela segunda jornada consecutiva e Marega igualou Soares enquanto melhor marcador do FC Porto (21 golos em todas as competições).

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Na flash interview, Sérgio Conceição reconheceu que os jogadores atuaram com alguma “pressão” mas que esse fator “faz parte do que é o dia a dia” do FC Porto. “Somos muito exigentes no nosso trabalho. Era um jogo que podia complicar-se. Poder-se-ia complicar porque era uma final para o Nacional, num dia muito quente. O Nacional tem boas individualidades. Tornámos o jogo mais fácil, muito focados no objetivo e no que foi planeado com o intuito de explorar as fragilidades defensivas. Muitas oportunidades, o resultado é um espelho do que se passou no campo”, atirou o treinador dos dragões, que deixou ainda uma palavra ao Nacional, que com esta derrota ficou automaticamente despromovido à Segunda Liga. “Habituámo-nos a ver este clube na Primeira Liga. Espero que volte em breve. É um clube sério, que faz parte da nossa Primeira Liga”, defendeu Conceição.

“Vamos encarar a luta pelo título no avião. Vamos apanhar o nosso avião para o continente. Tínhamos de fazer o nosso trabalho. Neste momento somos os primeiros, temos mais um ponto do que o nosso rival. Falta um jogo, queremos ganhar em casa no último jogo no Dragão. Vamos ver o que acontece depois”, acrescentou o treinador do FC Porto, garantindo que o voo de regresso será um momento importante de concentração e união, com o objetivo apontado à luta pelo título. “Os nervos estão sempre presentes para quem vive isto com paixão. Quando não há nada que o justifique, arranjamos motivos para tê-los”, disse ainda o treinador.