Ao contrário dos automóveis convencionais, as autocaravanas não estão sujeitas aos tradicionais crash-tests que visam determinar o grau de protecção que oferecem aos ocupantes, em caso de acidente. A situação é conhecida há muito, mas o crescente número de acidentes na Suécia, a maioria com consequências graves para quem ia a bordo destas casas com rodas, levou as autoridades locais a tomar uma decisão.

Através da Autoridade de Transportes Sueca, Trafikverket, foi decidido apurar a eficácia dos sistemas de segurança deste tipo de veículos, submetendo dois tipos distintos de autocaravanas a um crash-test contra uma parede de betão a 64 km/h, o mesmo valor que os automóveis têm de superar.

Para a Trafikverket, que encara com preocupação a crescente popularidade desta solução para férias (as vendas aumentaram cerca de 50% no último ano), não é evidente que o condutor de qualquer dos veículos testados sobrevivesse ao embate, caso o acidente acontecesse em condições reais.

A autocaravana semi-integrada monta a cabina do construtor do veículo, associada à zona habitável produzida pelo carroçador. Durante o embate na parede de betão, protegida por uma estrutura deformável para simular um outro veículo (logo com capacidade de também ele absorver energia), o veículo semi-integrado expõe os ocupantes a um impacto demasiado violento. Quanto à segunda autocaravana, totalmente integrada – em que é o carroçador que produz a cabina e a zona habitável, limitando-se depois a fixá-la no chassi -, assistiu-se ao “descolar” do chassi da carroçaria, esta construída em madeira e fibra de vidro, produzindo danos tão ou mais graves.

Deseja a Trafikverket, com este crash-test de autocaravanas, que o Euro NCAP passe a olhar com mais atenção para a segurança deste tipo de veículos, obrigando a que preencham os mesmos requisitos dos automóveis convencionais, pois acreditam as autoridades suecas que só assim os automobilistas europeus estarão devidamente protegidos em caso de acidente grave.

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