Os agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) têm criticado as fardas que têm de comprar online de acordo com as novas regras. Segundo o jornal Público, o Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol) tem recebido queixas sobre calças que se desfazem ao fim de uma semana, camisolas que não obedecem aos tamanhos estabelecidos e atrasos nas entregas dos produtos. Mas a empresa que fabrica as fardas desvaloriza a situação: diz só saber de 63 queixas entre as 18 mil peças entregues.

Armando Ferreira, presidente do Sinapol, confirma os defeitos relatados pelos agentes. “Encomendas com um mês de atraso, encomendas que vêm com o que não foi encomendado, encomendas com o que foi pedido mas que ao fim de uma semana está estragado. A qualidade, que era o principal argumento que a PSP tinha para restringir a venda só a uma empresa, é das piores que há”, denuncia ao Público. Também há situação de polos com o número errado de botões ou com mangas de tamanhos diferentes.

Um dos casos será o de um agente que tentou comprar quatro peças para a farda, conta o jornal. Primeiro vieram só duas, mas não lhe serviam porque não correspondiam às medidas indicadas na plataforma. Quando quis devolver as peças, teve de pagar os portes de devolução. A seguir recebeu uma terceira peça mas, tal como as duas primeiras, também não lhe servia. Armando Ferreira reclama porque não só a farda é paga pelos agentes — são 300 euros, mas pode ascender aos 2.000 euros –, como estes podem sofrer “consequências disciplinares” caso não estejam bem fardados.

Em entrevista ao Público, Clementina Freitas, diretora-geral da plataforma responsável pelas fardas, diz que o problema não é tão grande como relatam os agentes ou a Sinapol: “Este é um método inovador, que apesar de tudo está a correr bem. Não deixa de haver situações pontuais a resolver, mas das 18.440 peças disponibilizadas na plataforma, só temos registo de 63 defeitos e 33 erros de expedição”, descreve.

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