Portugal tem de tratar 83,5% dos resíduos indiferenciados, dos quais são retirados materiais para reciclar e valorizar, para atingir a meta de reciclar 50% do lixo até 2022, quando atualmente vai nos 38%, alerta a associação ambientalista Quercus.

A propósito do Dia Internacional da Reciclagem, instituído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), que esta sexta-feira se assinala, a organização ambientalista diz que atingir as metas de reciclagem é “uma tarefa quase impossível”, e refere outros números: reduzir a deposição em aterro para 10% até 2035 (agora cerca de 32%) e aumentar nessa altura a reciclagem para 65%.

Com base nestes números, a Quercus pede, em comunicado, “mais e melhor educação e informação” e apela aos candidatos às eleições europeias para integrarem as preocupações com a reciclagem, a separação do lixo e a promoção de campanhas de educação ambiental nos programas eleitorais.

A Quercus lançou há três meses a aplicação ‘Wastapp’, que ajuda na gestão dos resíduos domésticos, e considera, ainda de acordo com o comunicado, que os portugueses “continuam à procura de informação que permita separar corretamente os lixos produzidos em casa diariamente”.

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Segundo o balanço dos três meses da aplicação para telemóveis, diz a Quercus, as palavras mais procuradas, por falta de informação sobre o destino a dar a resíduos, foram “CD” e “DVD”, seguindo-se outras como “pensos”, “lâminas”, “tinta”, “panelas”, “tachos” e “medicamentos”.

A aplicação tem resposta para 56 tipologias de resíduos e tem carregadas 7.852 localizações de destinos para resíduos.

Todos os dias cada português produz em média 1,32 quilos de lixo, contribuindo para uma produção anual de 4,75 milhões de toneladas de resíduos urbanos.

Atualmente só 16,5% dos resíduos produzidos são encaminhados para os ecopontos.