Lisboa é a cidade com maior rácio de casas para alugar a turistas no Airbnb face às principais capitais europeias, com um valor superior a 30 habitações por mil habitantes nesta plataforma, segundo avançou a agência de rating Moody’s.

Num relatório sobre o mercado da habitação na Europa, a agência deu conta de que a capital portuguesa está à frente de cidades como Paris e Amesterdão neste rácio.

A Moody’s, que no geral considera que é mais difícil aos jovens adultos europeus comprar casa neste momento, dado o crescimento dos preços e salários que não evoluem ao mesmo ritmo, deu conta de que a procura de “arrendamento para turistas em áreas urbanas está a impulsionar o mercado da habitação”.

“Entre as principais cidades, Lisboa, Paris e Amesterdão têm as maiores quotas de casas colocadas no Airbnb”, refere a Moody’s.

Ainda assim, os dados da Moody’s mostram que a população na cidade está a descer, 7% desde 2011 (dados do Instituto Nacional de Estatística – INE), com a área metropolitana de Lisboa a subir ligeiramente, em contraciclo com as congéneres europeias.

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Apesar das subidas nos preços, as casas em Lisboa são, em comparação com as congéneres europeias, mais baratas (quase 193 mil euros em média para uma habitação com 70 metros quadrados), mas o rendimento disponível dos habitantes também se encontra entre os menores.

“Desde 2012, a inflação rápida dos preços das casas em certas cidades grandes europeias tem vindo a ultrapassar o crescimento do rendimento disponível dos residentes, reduzindo a acessibilidade, sobretudo em Amesterdão, Paris e Londres. Em consequência, potenciais compradores de casas pela primeira vez ou estão a adiar ou a abandonar os seus planos para comprar propriedades numa grande cidade, gerando maior procura no arrendamento ou compras em localidades nos subúrbios”, explica a agência.

A Moody’s acredita ainda que a prosperidade económica e a procura de arrendamento estão a reduzir o risco de queda dos preços nas casas, em conjugação com o aluguer para turismo.

Para a agência, entre os principais beneficiários deste panorama estão as câmaras destas cidades, que recebem mais impostos e a um ritmo mais previsível.