Os habitantes de Hong Kong estão este domingo nas ruas em protesto contra plano do Governo que visa permitir extradições para a China continental. Os organizadores do protesto afirmam que um milhão de protestantes aderiu ao protesto contra a nova lei, mas autoridades dizem que foram 240 milhares, avança a AFP.
#HongKong police say only 153,000 protesters have marched today.. ???? Six hours into the march against #extraditionbill and it’s still flowing and packed. Easily hundreds of thousands of people have been out today and they are still going. Organisers are saying 500,000 pic.twitter.com/a7xUB1iHU6
— Alkira Reinfrank (@AlkiraReinfrank) June 9, 2019
#Breaking
21:35 Organizer CHRF just announced – 1.03 Million people took to street in #HongKong today to SAY NO to #ExtraditionLaw. This is doubled than that in 2003 and even surpasses 1989 according to organizer's statistics.
21:41 Police said there's 240K people at peak. pic.twitter.com/IxWnQUwAxw— Phoebe Kong (@phoebe_kongwy) June 9, 2019
O parque Vitória foi o local convocado para o protesto e, segundo relata a agência noticiosa Efe, esteve lotado durante várias horas. É uma das maiores manifestações das últimas décadas, afirma o Washington Post.
O branco foi a cor predominante e a escolhida para este protesto, bem como guarda-chuvas amarelos, símbolo das manifestações em favor da democracia em 2014.
O plano do executivo chinês também já foi criticado pelo último governador de Hong Kong, o britânico Chris Patten, que disse na semana passada que se trata de um “terrível revés” para a reputação daquele território.
#Extraditionbill background: “The proposed legislation would allow the #HongKong gov to extradite fugitives to countries where it does not currently have extradition treaties, including China,” ABC News. Aka, proposed law would allow suspects to be sent to China to face trial. pic.twitter.com/XW4UOUO79l
— Alkira Reinfrank (@AlkiraReinfrank) June 9, 2019
O Governo de Hong Kong apresentou ao Conselho Legislativo (parlamento) uma proposta de lei que autoriza a extradição de condenados em fuga para vários países, incluindo a China continental, com os quais não tem atualmente acordos de extradição.
As alterações à lei da extradição – que muitos críticos afirmam colocar a população à mercê de um sistema judicial chinês opaco e politizado – motivou, em abril, a maior manifestação em Hong Kong desde o “Movimento dos Guarda-chuvas”, em 2014.
Esse protesto foi liderado por organizações de defesa dos direitos humanos, como a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch, e reuniu meio milhar de pessoas.
[No Twitter, uma repórter no local, partilhou um vídeo das autoridades a utilizarem gás pimenta num atrito com manifestantes]
#HongKong #police used pepper spray outside Admiralty Centre. Clip courtesy of @demosisto pic.twitter.com/iW5FxN4L9e
— Damon Pang (@damon_pang) June 9, 2019
“Esta proposta inflige um terrível golpe no Estado de Direito, na estabilidade e segurança de Hong Kong e no seu estatuto de importante centro de comércio internacional”, disse Pattern, governador de Hong Kong até 1997, quando a administração passou para a China.
A fórmula ‘um país, dois sistemas’ serviu para a integração de Hong Kong e Macau na República Popular da China, em 1997 e em 1999, respetivamente, com o estatuto de regiões administrativas especiais, e garante que as políticas socialistas em vigor no resto da China não se aplicam nos territórios, que gozam de “um alto grau de autonomia”, à exceção da Defesa e das Relações Externas, que são da competência exclusiva do Governo Central chinês.
[Em atualização]