O euro ganhou terreno face ao dólar enquanto divisa usada nas reservas governamentais a nível global, recuperando de mínimos históricos numa altura em que as sanções impostas pelos EUA desencorajam a opção de alguns países pela moeda norte-americana.

Segundo um relatório divulgado esta quinta-feira pelo Banco Central Europeu (BCE), apesar de uma lenta diversificação do recurso a outras divisas nos últimos anos, nomeadamente — e mais recentemente — do ‘yuan’ chinês, o dólar continua, de longe, a ser a divisa internacional mais utilizada nas trocas comerciais, empréstimos e reservas.

No relatório relativo à 18.ª revisão anual do papel internacional do euro, que avalia a evolução da utilização desta divisa por não residentes na zona euro, o BCE refere que a quota da moeda única europeia nas reservas detidas pelos banco centrais e pelos governos de todo o mundo aumentou 1,2 pontos percentuais durante o ano 2018, para 20,7%, invertendo a tendência descendente que vinha registando.

Já a quota do dólar recuou ligeiramente para 61,7%, ficando sete pontos percentuais abaixo do nível mais alto atingido antes da crise financeira global de 2007-2009.

Entre os fatores apontados como tendo afetado a utilização da divisa norte-americana estão a venda de dólares por vários países para apoiar a sua própria moeda e as sanções financeiras impostas pelos EUA, por exemplo, à Rússia, que levou à fuga de algumas ‘holdings’ para outras dividas para evitar as restrições americanas.

Outro motivo apontado pelo BCE como podendo estar na base do declínio das reservas de dólares são as vendas de ativos em dólares por países emergentes na tentativa de evitar a desvalorização das respetivas divisas.

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