A secretária-geral e responsável pela comunicação da Soflusa, Margarida Perdigão, confirmou esta segunda-feira ao Observador que as greves da empresa de transportes foram desconvocadas. As greves tinham início marcado para terça-feira. Os sindicatos assinaram um protocolo que vai servir de base para as negociações.

“Confirmo que as anunciadas greves na Soflusa foram desconvocadas com efeitos imediatos”, disse Margarida Perdigão. As greves foram suspensas na sequência da subscrição de um protocolo negocial entre a administração da empresa e os sindicatos.

“Tivemos uma reunião hoje com o Conselho de Administração, que visava iniciar as negociações. Mas partimos de um princípio: ou suspendia-se o que os mestres tinham obtido ou entregariam o dinheiro de igual montante a todos os trabalhadores”, afirmou ao Observador Alexandre Delgado, do Sindicato da Mestrança e Marinhagem da Marinha Mercante, Energia e Fogueiros de Terra (SITEMAQ). Esta estrutura sindical tinha apresentado o pré-aviso de uma greve parcial, de duas horas por turno, entre terça-feira e quinta-feira.

No âmbito das negociações, a próxima reunião entre a administração da empresa e os sindicatos de trabalhadores da Transtejo/Soflusa vai realizar-se a 28 de junho, indicou Alexandre Delgado, referindo que, até chegarem a acordo sobre a revisão salarial de todos os trabalhadores, está suspenso o prémio de 60 euros atribuído aos mestres dos navios.

As negociações não vão ser fáceis. Mas se todas as partes tentarem ter a mesma perspetiva de um acordo realista para toda a gente, um acordo que não maltrate ninguém e que possa manter a harmonia salarial que existe há décadas, nós estamos disponíveis”, acrescentou ao Observador Alexandre Delgado.

Presente na reunião, o coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS), José Manuel Oliveira, disse que foi subscrito um protocolo negocial que vai servir de base às negociações, para encontrarem uma solução equilibrada para todos os trabalhadores da empresa. A mesma fonte explica ao Observador que as negociações “são um bom ponto de partida, mas não só por si um elemento de solução de qualquer problema”. “Mas partimos de uma base, talvez, com mais confiança”, concluiu José Manuel Oliveira.

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