Primeiro, foi o ministro do Interior a sair da corrida: Sajid Javid, antigo membro do Governo de Theresa May, foi eliminado no início do dia desta quinta-feira, 20 de julho, da corrida à liderança do Partido Conservador e ao cargo de Primeiro-Ministro. Agora, caiu o ministro do Ambiente: Michael Gove foi retirado da corrida por apenas dois votos e Jeremy Hunt tornou-se assim o político escolhido pelos deputados conservadores para disputar a liderança dos tories e o cargo de primeiro-ministro com Boris Johnson.
A votação pelo segundo lugar foi renhida e Michael Gove chegou a estar à frente de Jeremy Hunt, mas no final foi o último, que curiosamente sucedeu a Boris Johnson como ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de Theresa May, a garantir a última vaga na disputa interna com o seu antecessor.
Atualmente com 52 anos, Jeremy Hunt, que também chegou a ser ministro da Saúde do Reino Unido (entre 2012 e 2018), é visto como um político “de continuidade”, estando mais próximo dos príncipios de Theresa May — nomeadamente da posição da antiga primeira-ministra relativamente ao Brexit — do que Boris Johnson.
Inicialmente um defensor da permanência do país na UE, Jeremy Hunt acabou por mudar de posição devido ao que considerou ser uma “postura arrogante” da União Europeia nas negociações do Brexit. Embora admita a possibilidade de saída do Reino Unido da UE sem acordo, Hunt admite novas extensões de prazo para tentar prolongar as negociações caso estas estejam a evoluir em sentido positivo, algo a que Boris Johnson e alguns conservadores da “linha dura” do partido se opõem firmemente.
Apologista de políticas liberais na economia, o concorrente de Boris Johnson defende uma descida dos impostos, nomeadamente naqueles que incidem sobre os britânicos com rendimentos mais baixos.
A missão de superar Boris Johnson na disputa interna, contudo, afigura-se complicada: tendo recebido 77 votos contra os 75 de Michael Gove na última ronda de votações, foi significativamente menos votado do que o favorito Boris Johnson, que recolheu o apoio de 160 deputados do seu partido — mais do dobro de qualquer um dos seus dois últimos concorrentes.