O Irão diz estar pronto a “reagir a qualquer agressão” dos Estados Unidos contra o país e garante que não vai “tolerar” qualquer violação do território iraniano. Em declarações à agência iraniana Tasnim, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros daquele país, Seyed Abbas Mousavi, assegurou que as decisões tomadas pelo Irão “não dependem” das ações tomadas pelos EUA.

“Independentemente de qualquer decisão que eles tomem, não vamos permitir que o território da República Islâmica seja violado. Estamos prontos para combater todas as ameaças contra a integridade territorial da República Islâmica do Irão. As nossas decisões não dependem das decisões deles e vamos reagir a qualquer agressão, quer se misture com ameaças ou não”, afirmou Seyed Abbas Mousavi à agência iraniana.

As declarações do porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano surgem num momento em que se intensifica a tensão entre o Irão e os Estados Unidos.

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Depois de, na semana passada, dois petroleiros terem sido atacados no golfo de Omã, os Estados Unidos culparam o Irão e até mostraram um vídeo que supostamente mostraria a intervenção iraniana no ataque.

Na quinta-feira, o Irão abateu um drone militar norte-americano — e Donald Trump apressou-se a reagir, no Twitter: “O Irão cometeu um grande erro.” Logo no próprio dia, o presidente dos EUA reuniu-se na Casa Branca com os principais generais norte-americanos para avaliar a resposta a dar ao ataque.

Esta sexta-feira, soube-se que Trump cancelou a retaliação 10 minutos antes de o ataque norte-americano ser lançado por considerar que não seria proporcional. No Twitter, explicou que o ataque dos EUA poderia matar 150 pessoas em três localizações diferentes, o que não seria proporcional ao abate de um drone não tripulado.

Oficiais iranianos lembraram, no dia do ataque, que as fronteiras do país são a “linha vermelha” e que “qualquer inimigo que viole estas fronteiras não voltará atrás”. O abate do drone norte-americano que, segundo os iranianos, tinha violado o espaço aéreo do país foi um “sinal claro desta mensagem precisa”.