A greve nacional dos médicos está nesta terça-feira de manhã a registar uma adesão entre os 75% e os 85%, havendo unidades de saúde que chegam aos 100%, segundo o Sindicato Independente dos Médicos (SIM).

O secretário-geral do SIM, Roque da Cunha, indicou que a Medicina Geral e Familiar está a ter uma adesão entre os 80 e 85%, enquanto nos blocos operatórios ronda os 80%. Nas consultas externas dos hospitais, a primeira adesão estimada pelo sindicato aponta para 75% a 80%.

Segundo Roque da Cunha, há casos em que a paralisação é total, como no Hospital S. José, em Lisboa, em que os cinco blocos cirúrgicos estão todos em greve. Também no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, e no Hospital Pediátrico da Estefânia, em Lisboa, a adesão à greve está a rondar os 100%.

Os blocos operatórios dos hospitais de Aveiro, Viana do Castelo e Leiria registam uma paralisação total.

Adesão na Madeira ronda os 70%

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) indicou que a taxa de adesão global na Madeira se situa nos 70%, referindo que no turno da noite funcionaram os serviços mínimos.

“Desde a meia-noite até às 9h30 a taxa de adesão ronda os 70%”, afirmou à Lusa a sindicalista Lídia Ferreira, ressalvando que até às 9h00 “só funcionaram os serviços mínimos e que para ter um número mais fiável é necessário deixar correr o dia”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

[Veja no vídeo como é estar oito horas na pele de um enfermeiro]

De acordo com os dados, as consultas externas estão a ser afetadas em “várias especialidades, em cerca de 50%”. Lídia Ferreira crê que durante o dia a percentagem possa aumentar.

“Tudo o que seja acima de 50% [de adesão] é satisfatório”, declarou, avisando “as entidades governativas de que há uma maioria que está a chamar à atenção para situações que são necessárias repensar”.

Além das reivindicações nacionais, Lídia Ferreira deixou uma preocupação específica da Região Autónoma da Madeira. “Aqui localmente, na região, o pagamento da hora noturna das 7h00-8h00 como hora noturna – que já foi dito que tem de ser feito – ainda não está a ser cumprido. Há aqui uma série de situações que ocorrem e a que é preciso dizer basta”, afirmou a representante do SIM, que tem na Madeira 177 sócios ativos.

Os médicos começaram às 00h00 uma greve nacional de dois dias, a que se juntaram os enfermeiros, a partir das 8h00, uma paralisação que se prolonga até ao final da semana.

Greves de médicos e enfermeiros começam esta terça-feira e prolongam-se até ao final da semana

Os dois sindicatos médicos convocaram uma greve nacional para esta terça e quarta-feira, sendo o primeiro dia agendado pelo SIM e o segundo marcado pela Federação Nacional dos Médicos, que também promove na quarta-feira à tarde uma manifestação junto ao Ministério da Saúde, em Lisboa.

Tanto médicos como enfermeiros argumentam que lutam pela dignidade da profissão e por um melhor Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Os médicos querem que todos os portugueses tenham médico de família, lutam pela redução das listas de utentes dos médicos e por mais tempo de consultas, querem a diminuição do serviço em urgência das 18 para as 12 horas, entre várias outras reivindicações, que passam também por reclamar que possam optar pela dedicação exclusiva ao serviço público.

No pré-aviso de greve, os médicos pedem ainda que seja negociada uma nova grelha salarial, que indicam que já devia ter ocorrido em janeiro de 2015.