O presidente do parlamento libanês, Nabih Berri, condenou nesta quarta-feira as sanções impostas pelos Estados Unidos na terça-feira contra três responsáveis do movimento xiita Hezbollah, dois deles deputados, qualificando-as “de agressão” contra o país.

Essas sanções sem precedentes contra representantes eleitos do Hezbollah constituem “uma agressão contra a Câmara dos Representantes e certamente contra o Líbano”, indicou Nabih Berri num comunicado divulgado pela presidência do parlamento.

O Governo dos EUA alargou na terça-feira a sua campanha de “pressão máxima” contra o Irão e os seus aliados, ao impor pela primeira vez sanções contra deputados do Hezbollah.

Os parlamentares Amine Cherri e Mohamad Hasan Raad foram acusados de “explorar o sistema político e financeiro” do Líbano, em proveito do movimento xiita e do Irão, segundo um comunicado do Departamento do Tesouro norte-americano.

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As sanções estenderam-se ainda a Wafic Safa, chefe dos serviços de segurança do Hezbollah e um dos dirigentes históricos do movimento, formação considerada um peso pesado da política libanesa com três ministérios.

O Hezbollah já reagiu, qualificando as sanções norte-americanas como uma “humilhação para os libaneses”.

Um deputado deste movimento xiita, Ali Fayad, citado pela televisão libanesa MTV, declarou que “estas sanções são uma humilhação para o povo libanês”, apelando ao parlamento e o governo do Líbano para que as denunciem “oficialmente”.

Na rede social Twitter, o ministro das Finanças libanês, Ali Hassan Khalil, deplorou estas sanções “injustificadas”, afirmando que “todos os libaneses, não apenas o Hezbollah, são afetados”.

A televisão Al-Manar, do Hezbollah, anunciou por seu lado que o líder do movimento, Hassan Nasrallah, vai falar sobre o assunto na sexta-feira à noite.