Chegados ao final da temporada, não era propriamente a primeira vez que Antoine Griezmann levantava a hipótese de sair do Atl. Madrid, na primeira ou por terceiras pessoas. E até podia redundar no mesmo do que todas as outras ocasiões – ou seja, nada. No entanto, havia todo um contexto em mutação que mudava as regras do jogo: por um lado, a saída do central Godín, o amigo mais próximo no balneário, a custo zero para o Inter; por outro, a convicção que poderia ser campeão de Espanha, vencedor da Liga Europa ou ganhar o Mundial de seleções que nunca seria realmente olhado como potencial vencedor da Bola de Ouro.

Griezmann, o falso uruguaio

“Tomei a decisão de ir embora, de ver outras coisas e de ter outros desafios. Custou-me escolher esse desafio. É o que sinto e preciso neste momento. Foram cinco anos incríveis. Muito obrigado por tudo. Levo-vos no coração”, salientou o avançado a meio de maio, num vídeo partilhado pelas redes sociais do Atl. Madrid. Quase dois meses depois, o anúncio do adeus carecia de real confirmação. E se os responsáveis colchoneros já não tinham ficado muito agradados com a decisão, pior ficaram quando, no arranque dos trabalhos, o francês não compareceu nem completou a respetiva mudança. O clima de tensão aumentou.

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Griezmann comunica ao Atlético de Madrid que quer sair

Esta sexta-feira, com a cláusula de rescisão a descer entretanto dos 200 para os 120 milhões como estava previsto no contrato a partir de 1 de julho, o filme chegou finalmente ao fim: tal como tinha acontecido há dois anos quando Neymar se transferiu para o PSG, os advogados de Griezmann foram à sede da Liga espanhola entregar o respetivo cheque para libertar o jogador do compromisso com o Atleti e abrir alas à apresentação no Barcelona, clube para onde irá naquele que era o segredo menos bem guardado do mundo. Com isso, fica também confirmada a sexta maior transferência de sempre do futebol mundial, apenas superada por Neymar, Mbappé, Coutinho, João Félix e Dembelé – com a curiosidade de quatro serem da formação catalã.

Fica agora por saber como será montado o plantel do Barcelona de Ernesto Valverde, numa altura em que é assumida a vontade de poder fazer regressar Neymar a Camp Nou e em que existem já cinco opções para as três vagas na frente de ataque da equipa, entre Lionel Messi, Luís Suárez, Coutinho, Dembelé e Antoine Griezmann.

Griezmann, o francês com raízes portuguesas e alemãs que joga em Espanha mas gosta é do Uruguai (e do compadre Godín)

No entanto, a história desta transferência está longe de ficar por aqui, como se percebeu num comunicado emitido pouco depois pelo Atl. Madrid: os colchoneros alegam que o Barcelona deveria ter deixado 200 milhões (naquela que seria a segunda maior transferência de sempre) e não 120 milhões, na medida em que, no entender dos responsáveis da formação de Madrid, o acordo entre os blaugrana e o jogador foi alcançado antes de 1 de julho, quando a cláusula era 80 milhões mais alta.

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