É um peculiar processo, que soma oito séculos de história. Todos os anos por esta altura, mais concretamente na terceira semana do mês de julho, repete-se o ritual de contabilidade nas margens do rio Tamisa. É com com destinos como Shepperton, Surrey, como cenário que desde segunda-feira se tem realizado esta espécie de cerimónia com contornos reais. É que o processo passa por retirar das águas, medir e contar a totalidade dos cisnes, que tecnicamente são propriedade da rainha Isabel II.

Os trajes encarnado e os devidos ornamentos dourados anunciam os oficiais incumbidos desta missão, que sobem a bordo de embarcações bastante old school que auxiliam na tarefa de resgatar os animais do rio e proceder à medição.

Em 2009, Isabel II passou por Oakley Court para acompanhar parte do processo, perto de Windsor © Sang Tan – WPA Pool/Getty Images

Outrora uma prerrogativa real à mesa, e para muitos uma iguaria servida em banquetes, a conservação desta espécie está agora na ordem do dia, e o seu consumo proibido em solo britânico. Sobre esta fauna e o aparato anual, um dos homens ao leme das operações há 26 anos, David Barber, descreveu-o à Reuters. “Retiramos toda a família da água, levamos os cisnes para as margens, pesamo-los, medimo-los e avaliamos se têm alguma lesão. É uma população de cisnes que mudou muito pouco desde meados do século XVIII”.

Uma imagem do Swan Upping Census, nas margens do Tamisa, em Staines, no oeste de Londres, a 15 de julho © TOLGA AKMEN/AFP/Getty Images

O ritual que remonta ao século XII, quando a coroa reclamou a propriedade deste animais, arrancou esta segunda-feira e dura cinco dias. O ponto de partida é Sunbury, na zona oeste da capital britânica, e termina em Abingdon Bridge, no Oxfordshire, esta sexta-feira. Pode consultar aqui o programa completo.

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