Um ex-ministro dos governos brasileiros liderados por Lula da Silva e Dilma Rousseff afirmou hoje que alguns dos maiores bancos do país pagaram subornos ao Partido dos Trabalhadores (PT) em troca de favores.
Segundo uma reportagem publicada hoje pelo jornal O Globo, que cita informações até agora sob sigilo, o ex-ministro Antonio Palloci terá dito, num depoimento à justiça, que o Bradesco, Banco do Brasil, BTG Pactual, Itaú, Safra, e Unibanco terão revertido 50 milhões de reais (11,9 milhões de euros) ao PT em troca de obter vantagens como informações privilegiadas e apoio a projetos de interesse do sistema financeiro e empréstimos para empresas das quais eram acionistas.
O antigo governante fez um acordo de colaboração premiada (comprometendo-se a confessar crimes em troca da redução da sua pena) com a Polícia Federal no ano passado, após as negociações dos seus advogados com o Ministério Público Federal (MPF) falharem.
Palocci foi ministro da Fazenda [pasta atualmente chamada de Ministério da Economia] do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e chefe da Casa Civil na gestão de Dilma Rousseff.
À justiça brasileira, Palocci relatou supostos favorecimentos obtidos por cada instituição financeira em troca dos pagamentos ao partido, feitos por meio de doações oficiais.
O ex-ministro já foi condenado e chegou a ficar preso na Superintendência da Polícia Federal na cidade de Curitiba. Após firmar o acordo de colaboração, ele deixou a prisão para cumprir pena em prisão domiciliária, no final de novembro do ano passado.
O Globo informou que procurou todos os bancos citados pelo ex-ministro e os mesmos afirmam que ele terá criado versões sem provas para tentar obter benefícios da justiça. As instituições financeiras também dizem que todas as doações que fizeram ao PT foram declaradas legalmente.