Seis em cada dez euros enviados para paraísos fiscais entre 2011 e 2014, durante os anos do resgate financeiro, tiveram apenas três origens, de acordo com o jornal Público: sociedades venezuelanas, do GES e do BCP.

Está em causa o período em que o Fisco perdeu o controlo sobre as transferências para offshore, devido a um problema informático. O caso rebentou em 2016, com o jornal Público a revelar que nesse período houve 10.000 milhões de euros que não foram controlados.

O Ministério Público está a investigar sabotagem informática e abuso de poder, quase dois anos depois de a Inspecção-geral de Finanças ter concluído que não terá havido “intervenção humana deliberada”.

Agora, o Público revela que, nesses anos da troika, 60% dos 18 mil milhões de euros enviados para sociedades offshore partiram de sete empresas do GES, incluindo o BES Angola de Luanda e as sucursais no Panamá e ilhas Caimão (2.500 milhões de euros); de quatro empresas do BCP em Angola, Caimão e Macau (1.405 milhões de euros); e de 11 sociedades ligadas ao governo venezuelano ou à empresa Petróleos de Venezuela (6.700 milhões de euros). Os dados não permitem, no entanto, identificar a razão e o destino das transferências.

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