A Mini apresentou recentemente o Cooper SE, o seu primeiro modelo eléctrico destinado a uma produção em massa, ao contrário do que aconteceu com o Mini E, de que foram produzidas apenas 500 unidades. Não com o intuito de serem vendidas, mas sim entregues em regime de leasing a clientes seleccionados, exclusivamente nos Estados Unidos da América, para que a marca britânica pudesse fazer uma espécie de experiência em contexto de utilização real e, assim, tivesse possibilidade de fazer evoluir a sua tecnologia eléctrica.
Uma década depois, o fabricante britânico que integra o Grupo BMW deu a conhecer a o seu modelo exclusivamente movido a bateria, de que afirma já ter 40 mil registos de interesse. Em Portugal, também já é possível fazer uma pré-reserva, com a particularidade de o site nacional da Mini avançar que as entregas se iniciam em Maio de 2020.
O lançamento comercial do modelo está previsto para Março, seguindo uma estratégia diferente daquela que até aqui era adoptada. Em vez de “despir” o Cooper SE de equipamento, para que o cliente pudesse configurá-lo ao máximo a partir de uma extensa lista de extras, com o arranque da sua ofensiva eléctrica a Mini opta por propor versões com uma nomenclatura ao estilo de peça de vestuário. Os preços arrancam nos 34.400€ da versão S e chegam até aos 41.400€ da versão XL. Pelo meio, a versão M exige o desembolso de 36.900€, enquanto a versão L custa mais 2.500€ (39.400€). O objectivo, segundo fonte da marca, é simplificar a produção, devendo ser conhecida lá mais para a frente a lista de equipamento associada a cada uma destas quatro alternativas.
Tal como aqui explicámos, o Mini Cooper SE destaca-se por não romper com a imagem da marca, antes optando por ligeiros detalhes para enfatizar o facto de estarmos perante um três portas puramente eléctrico. Mas se isso não foi uma surpresa, o mesmo não se poderá dizer da bateria e da autonomia anunciadas. Com um acumulador de 32,6 kWh (de capacidade total, porque úteis são apenas 28,9 kWh), o Mini eléctrico anuncia entre 235 e 270 km de autonomia, o que julgamos ficar a dever-se às especificações das diferentes versões segundo o método WLTP, pois os pneus mais largos provocam uma redução do número de quilómetros que consegue percorrer com uma carga completa. Aos que ficaram desiludidos com a “curta” autonomia, a marca responde com o posicionamento, defendendo que o Mini é por vocação um veículo urbano e, como tal, o alcance não será determinante. Em compensação, o fabricante britânico coloca ênfase no comportamento desportivo, dado que o reduzido pack de baterias permite-lhe ser mais leve.
Face a propostas mais baratas, caso do renovado e-up!, Skoda Citigoe iV e Seat Mii Electric, com 265 km de autonomia de acordo com o protocolo de medição WLTP, graças a nova bateria de iões de lítio com 36,8 kWh de capacidade, o Cooper SE responde com um motor eléctrico de 135 kW, ou seja, 184 cv e um binário máximo de 270 Nm, enquanto os eléctricos do Grupo Volkswagen (do segmento abaixo) contam um motor de 83 cv e 210 Nm.
No mesmo segmento, o Opel Corsa-e, por exemplo, é comercializado por valores desde 29.990€, oferecendo em troca 330 km de autonomia, cortesia de um acumulador de 50 kWh de capacidade. Está equipado com um motor de 136 cv no eixo dianteiro e anuncia 0-100 km/h em 8,1 segundos, fasquia que o Cooper SE promete superar em 7,3 segundos.