O Galaxy Fold, o primeiro smartphone com ecrã dobrável da Samsung (que deverá custar cerca de 2 mil euros) teve o lançamento adiado a quatro dias do lançamento (26 de abril) por defeitos no produto. Em comunicado enviado às redações, a Samsung diz que “prepara um novo lançamento do Galaxy Fold a partir de setembro”, sem dia em concreto.

O primeiro smartphone com ecrã dobrável da empresa sul-coreana chegou a ser testado por analistas e jornalistas, mas depois de partilhas no Twitter que revelavam que o produto era frágil e que a película protetora do ecrã tinha defeitos, a Samsung optou por recolher todos os produtos. A empresa afirma que “após algum tempo a investigar e analisar detalhadamente o design do seu equipamento dobrável, implementou as melhorias necessárias e submeteu o Galaxy Fold a testes rigorosos para avaliar as alterações realizadas”.

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As melhorias feitas ao equipamento tiveram em contas as críticas apontadas em abril: “O prolongamento da camada protetora superior do ecrã Infinity Flex além da moldura (bezel), deixando assim claro que esta é parte integrante da estrutura do ecrã, e não pode ser removida” (esta película, na primeira versão, deixava espaço para dúvida e foi retirada por analistas); “A incorporação de reforços adicionais no Galaxy Fold para melhor o proteger de partículas externas, mantendo a experiência dobrável que o distingue” (houve quem se queixasse que entravam detritos no equipamento”. Além disto, “a dobradiça foi fortalecida com novas tampas de proteção”, “foram incluídas camadas de metal adicionais sob o ecrã Infinity Flex para reforçar a proteção do ecrã” e “foi reduzido o espaço entre a dobradiça e o corpo do Galaxy Fold”, afirma ainda a Samsung.

DJ Koh, presidente executivo da empresa, revelou em julho, numa entrevista com jornalistas, na qual o Observador participou, que “mais de dois mil equipamentos” estavam a ser testados para preparar uma nova data de lançamento. “Assumo que me escapou alguma coisa”, disse ainda quanto ao lançamento falhado. Agora, a Samsung diz que já “está a realizar os testes finais de produto” para poder lançar o equipamento.

A Samsung revelou o Galaxy Fold em fevereiro, depois de disponibilizar a alguns jornalistas norte-americanos algumas unidades do smartphone, para que o analisassem antes do lançamento oficial, prática corrente na imprensa tecnológica. Foi nesta altura que começaram a surgir no Twitter as primeiras queixas quanto à resistência do dispositivo.

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Mais do que um jornalista removeu uma película protetora do ecrã que não devia ser retirada, mas, como era parecida com as proteções de plástico tradicional anti-riscos, induziu alguns analistas em erro, o que levou a danos no ecrã. Além disso, como foi o caso do The Verge, houve quem se queixasse que o ecrã tinha na dobra interior uma curva que permite a entrada de detritos, danificando-o.

A Samsung justificou na altura que ia analisar estas unidades de teste e avisar claramente os consumidores de que a película não devia ser removida, mas manteve a afirmação quanto à resistência do Galaxy Fold, que “aguenta mais de 200 mil dobras e desdobras (ou cerca de cinco anos de utilização, se utilizado 100 vezes podia)”.

O Samsung Galaxy Fold ia chegar ao mercado europeu a 3 de maio, numa lista de apenas alguns países, como Inglaterra, Alemanha ou França, na qual Portugal não se encontrava incluído. Depois de o Mate X, o smartphone com ecrã dobrável da Huawei, também ter sido cancelado devido à guerra comercial entre os EUA e a China, apenas a Royole, uma empresa chinesa, tem à venda um smartphone com esta tecnologia, o Flexpai.

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