A Associação Novo Macau, um movimento pró-democracia, anunciou nesta quinta-feira que vai realizar uma consulta popular sobre o voto universal na eleição do chefe do Executivo no território.

A “votação sobre sufrágio universal para a eleição do chefe do executivo” organizada pela associação pró-democracia vai decorrer entre 11 e 25 de agosto, dia da eleição do novo mandatário de Macau.

“A votação destina-se a criar uma oportunidade para o público expressar a sua opinião sobre a reforma política”, explicou a associação, em comunicado.

A eleição para o chefe do Governo de Macau realiza-se em 25 de agosto próximo, através do voto dos 400 membros da comissão eleitoral. Ho Iat Seng, antigo presidente da Assembleia Legislativa (AL) do território, é o único candidato ao cargo. Dos 33 deputados com assento na AL, 14 são eleitos por sufrágio direto, 12 por sufrágio indireto e sete são nomeados pelo chefe do Executivo.

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A organização desta consulta popular garantiu ainda que “tomará todas as medidas necessárias para proteger a credibilidade e a integridade dos votos, bem como a privacidade dos participantes”.

A votação será feita online e será secreta, acrescentou a Associação Novo Macau.

“Por motivos de qualidade e segurança, o organizador tem de enviar mensagens de texto para os telemóveis dos participantes através de uma operadora de telecomunicações baseada nos Estados Unidos. Pelas mesmas razões, o organizador não utiliza servidores fisicamente localizados em Macau”, assegurou a Novo Macau.

Em 30 de julho último, a AL de Macau rejeitou uma proposta de debate sobre a reforma do sistema político, no sentido de introduzir o sufrágio universal na eleição do chefe do Governo. A proposta foi apresentada pelo deputado pró-democracia Sulu Sou, que integra a Associação Novo Macau.

“À semelhança do que aconteceu com as eleições anteriores, apenas os 400 membros que compõem a comissão podem votar, deixando de fora mais de 310 mil eleitores qualificados”, lamentou o mais novo deputado do hemiciclo.

Para o proponente, o debate reveste-se de especial importância numa altura que o território se prepara para celebrar o 20.º aniversário da transferência de administração de Portugal para a China.