O “homem-aranha” francês Alain Robert escalou esta sexta-feira um edifício de 68 andares em Hong Kong para deixar uma “bandeira da paz”, quando o território enfrenta a pior crise política das últimas décadas.

O francês trepou ao Cheung Kong Center, no distrito financeiro da cidade, e desenrolou uma faixa na qual se viam as bandeiras da China e de Hong Kong, juntas, bem como um aperto de mão.

Antes de começar a escalar o prédio, Alain Robert, de 57 anos, divulgou um comunicado no qual indicou que esta ação é “uma chamada urgente para o diálogo entre os “hong-kongers e o governo”.

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Talvez o que eu esteja a fazer possa diminuir a temperatura e originar sorrisos, pelo menos é o que espero”, disse o especialista em escalada.

Esta foi, na verdade a terceira vez que Robert escalou o Cheung Kong Center, escreve o The Telegraph. O french spiderman, como já é conhecido, visita mesmo regularmente Hong Kong, uma das cidades do mundo com a maior concentração de arranha-céus.

Em agosto de 2018, o tribunal de Hong Kong proibiu Robert de escalar mais edifícios e em janeiro deste ano foi detido depois de escalar uma torre de 47 andares em Manila, nas Filipinas.

Hong Kong: protestos sem fim

Os protestos na região administrativa especial chinesa, que duram há mais de dois meses, têm sido marcados por violentos confrontos entre manifestantes e polícia.

A questão da brutalidade policial em Hong Kong começou após os protestos de 12 de junho, na sequência de uma intervenção das forças de segurança que usaram pela primeira vez gás lacrimogéneo e balas de borracha, uma prática que, entretanto, se vulgarizou.

Hong Kong e China. Como ser David numa batalha perdida contra Golias?

Hong Kong vive um clima de contestação social desde a apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.

A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações pró-democracia generalizaram-se e denunciam agora uma “erosão das liberdades” no território semiautónomo chinês.