“O nosso país [EUA] perdeu, estupidamente, biliões de dólares para a China ao longo de vários anos. Eles roubaram-nos a nossa Propriedade Intelectual a uma taxa de milhares de milhões de dólares por ano e querem continuar a fazê-lo”. As publicações que o presidente norte-americano Donald Trump partilhou esta sexta-feira no Twitter foram perentórias num ataque à China, chegando mesmo a afirmar: “As nossas empresas americanas estão por este meio ordenadas a começarem a procurar uma alternativa à China, incluindo trazerem as vossas companhias para casa e fazerem os vossos produtos nos EUA”.

Se comunicar apenas pelo Twitter, o presidente norte-americano não tem poderes executivos para fazer este tipo de ordens. Segundo avançou a CNBC, a Casa Branca não disse de que forma pretende efetivar esta possível exigência.

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Além de ordenar as empresas americanas a sair da China, Donald Trump disse também que ia emitir uma ordem para que todas as empresas de transporte de mercadorias, como a “FedEx, a Amazon, a UPS e os Correios dos Estados Unidos”, não transportem Fentanyl, um remédio que utiliza opióides, vindo da China (“e de onde quer que seja”).

Estes comentários do presidente dos EUA surgem depois de a China ter emitido novas tarifas para produtos americanos em mais um momento da guerra comercial entre os dois países.

Uma hora antes destes comentários, Trump voltou a recorrer ao Twitter para apontar armas a dois dos atuais “inimigos” dos EUA. “A minha única pergunta é, quem é o nosso maior inimigo, Jay Powell ou o ‘Chairman Xi’?”, escreveu o responsável norte-americano. A crítica foi também para Jerome Powell, o presidente da Reserva Federal, com quem o chefe de Estado norte-americano tem estado em conflito sobre as taxas de juro.

Depois de tweets, Dow Jones começa a descer

Os efeitos dos tweets de Donald Trump depois das medidas anunciadas pela China tiveram efeitos nas bolsas norte-americanas. O Dow Jones desceu 2,3%, o S&P 2,6% e o Nasdaq 3%.

Esta descida é uma das maiores registadas este mês e o impacto fez sentir-se nas tecnológicas, caso da Apple que, precisando do mercado chinês, teve uma queda de 4,6% nas ações.