A China está a usar as redes sociais, principalmente o LinkedIn, para recrutar espiões no estrangeiro, noticia o The New York Times. As agências de espionagem emitiram alertas após milhares de funcionários governamentais nos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e França terem sido sondados através das redes sociais para se tornarem espiões nos países de origem a comando da China.

O LinkedIn é a ferramenta preferida dos funcionários governamentais chineses para procurar novos espiões porque muitos utilizadores estão à procura de novos empregos e disponíveis para trabalhar no estrangeiro. Além disso, entre as redes sociais mais utilizadas do mundo, esta é a única que não está bloqueada na China e que pode ser utilizada livremente no país, recorda o jornal norte-americano.

Foi através dessa ferramenta que um antigo oficial da administração Obama que trabalhava na área das políticas estrangeiras recebeu uma mensagem sugerindo que visitasse a China para trabalhar em “oportunidades bem pagas”, soube o jornal. Um antigo oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros na Dinamarca também recebeu uma proposta que parecia ser de uma mulher. Mas, depois de viajar para a China, foi recebido por três homens que lhe prometiam “um bom acesso ao sistema chinês”.

Aceitar este tipo de propostas constitui um crime. Em maio deste ano, um antigo funcionário da Defense Intelligence Agency (DIA) e da Central Intelligence Agency (CIA) foi condenado a 20 anos de prisão nos Estados Unidos por espionagem a favor da China. Esse funcionário foi recrutado através do LinkedIn, depois de, em fevereiro de 2017, ter respondido a uma mensagem vinda da China nessa rede social.

Em declarações ao The New York Times, o LinkedIn confirmou que tem uma equipa dedicada a identificar e apagar as contas com propósitos de recrutamento desta natureza: “Aplicamos as nossas políticas, que são muito claras. A criação de uma conta falsa ou atividade fraudulenta com a intenção de enganar ou mentir aos nossos membros é uma violação dos nossos Termos de Serviço”, comentou Nicole Leverich, porta-voz da rede social.

A notícia surge na mesma semana em que as maiores redes sociais — Facebook, Twitter e YouTube — confirmaram a eliminação de centenas de contas geridas por funcionários do governo chinês que se dedicavam a espalhar informações falsas sobre os protestos em Hong Kong. Foi a primeira vez que estas companhias admitiram ter apagado contas chinesas por disseminação de informações falsas.

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