A Samsung fez com o Note 10+ o que podia ter feito em 2018 com o Note 9: arriscou e definitivamente inovou. Tem mais bateria, o ecrã preenche praticamente toda a frente do telemóvel, entre outras muitas novidades. A versão “+” (plus) que analisámos, com um ecrã de 6,8 polegadas, mostra que este não é só um telemóvel para quem quer trabalhar, é para quem quer o máximo destes equipamentos. É bastante caro, sim (mais de mil e cem euros), mas para tudo o que o telefone pode fazer podemos dizer: este é, atualmente, o smarphone mais interessante no mercado. Nem tudo são elogios: é mesmo caro, sentimos falta da entrada nativa para auriculares tradicionais com fios e este telefone mostra que a Samsung pode, e deve, olhar para o que a concorrência faz com gestos no Android.
Samsung Galaxy Note 10+
↓ Mostrar
↑ Esconder
A favor
- Qualidade do ecrã
- Reconhecimento facial
- S Pen, a caneta digital
- Capacidade da bateria
Contra
- Preço
- Não tem entrada para auriculares tradicionais com fios (e não vem com um adaptador incluído)
- Controlo por gestos para uma mão pode melhorar
O Note 10+ está disponível em duas versões: uma com 258GB de memória interna e 12GB de memória RAM (sim, 12GB), e outra, para quem não quer mesmo arriscar ficar sem espaço, com 512GB. E há ainda a opção de expandir a memória interna até mais 1TB, por cartão micro SD. Isto tudo aliado a um processador muito, muito rápido (na Europa, a Samsung utiliza os seus modelos Exynos, e não ficámos desiludidos). Além disso, o Note 10+ tem uma câmara frontal e tripla câmara traseira que, apesar de não serem o melhor que já utilizámos (como no P30 Pro da Huawei), não desiludem para esta gama (notámos diferença, mas não muita).
Sem entrada para auriculares e um Note 10+ 5G. Como são os novos topos de gama da Samsung
Em relação ao último Note 9, estes novos modelos Note, além de terem esta versão plus (que é maior), têm melhorias. Na parte da frente há apenas um furinho para a câmara que — apesar de poder ser uma questão de gosto — por estar no centro estorvou menos durante a utilização e facilmente passou despercebida. Já o botão dedicado ao assistente digital da Samsung, a Bixby, desapareceu (agora, o botão de desbloquear faz isso com um pressionar contínuo e é tudo mais prático). Quanto ao ecrã, que mesmo com uma pequena curvatura que por vezes pode levar a toques acidentais laterais no ecrã (aconteceu só duas vezes, mas aconteceu), é o mais deslumbrante que vimos até hoje num smartphone.
A caneta digital que já quase que é uma caneta tradicional
[Pode ver também aqui o GIF, a caneta S Pen continua a ser o grande trunfo da gama Note. Não serve só para escrever, também controla à distância o smartphone. Contudo, nesse campo, ainda há espaço para mais melhorias e novas funcionalidades]
A caneta do Note 10 continua a ser uma das estrelas nestes equipamentos. Não é só o ecrã de 6,8 polegadas, é ser um equipamento que mostra que os telemóveis são o futuro dos cadernos para escrever e dos Palmtop. Com o Note 9, a grande novidade do equipamento foram as funcionalidades da caneta como controlo . No Note 10 mantém-se tudo e ainda há umas novidades, como os movimentos no ar.
Quanto ao funcionamento, não encontrámos nenhum problema em utilizar a maioria das aplicações — com e sem caneta (a S Pen) — durante o nosso teste. É um smartphone rápido e, mesmo para quem não quer só a produtividade de editar uma folha de Excel num telemóvel, o Note 10 tem inúmeras outras especificações: liga-se a um ecrã para ter um modo computador com o Dex (um acessório que é comprado à parte) e até há um modo para ligar a um PC com Windows e ver o ecrã do telemóvel (apesar de o teclado do computador não funcionar), entre outras novidades.
Já só falta a câmara estar debaixo do ecrã
[Pode ver também aqui o GIF. O sensor que está debaixo do ecrã para quando o smartphone está no ouvido não existirem toques acidentais. Só o vemos durante as chamadas e está escondido como o sensor de impressões digitais ou as colunas]
Primeiro apareceu o entalhe dos iPhone X e, depois, em apenas dois anos, o normal foi começarmos a ver ecrãs inteiros e até os sensores de impressão digital passaram a estar debaixo do visor. Neste Note 10+ há todas estas novidades e sobra apenas um furinho no topo do ecrã, que é ocupado pela câmara fotográfica frontal. Ao lado, há sensores embutidos e o auricular para atender chamadas está também debaixo do ecrã (a qualidade é bastante melhor do que no A80 que utiliza a mesma técnica).
Quanto às câmaras, mesmo com estes truques para se ter mais ecrã, outras características que utilizam a câmara frontal, como o desbloqueio por reconhecimento facial, não têm falhas. Já a câmara traseira que utiliza quatro lentes, conseguiu resultados bastante bons tanto em ambientes escuros como claros.
Um design psicadélico num corpo resistente
[Pode ver também aqui o GIF. A parte detrás do Note 10+ versão prateado aurora não passa despercebida (a cor a olho nú é diferente do que vista por uma câmara). Contudo, para não haver surpresas, é preciso proteger o Note 10 com uma película para o ecrã — uma já vem incluída — e uma capa protetora]
Os S10 já nos tinham cativado no design, mas o Note 10 foi mais longe. Botões só na parte lateral esquerda do smartphone e já não há o botão dedicado para a Bixby. O corpo em alumínio faz deste equipamento um que nos pareceu resistente, apesar de, para um equipamento deste valor, deixarmos o aviso: uma capa e película protetora evitam desilusões. Infelizmente, apesar de não parecer assim tão frágil ou quebrar à primeira queda, não é infalível.
Apesar de este equipamento não ter entrada para auriculares tradicionais — nem vir com um adaptador (mas vem com uns phones da AKG que cumprem o propósito) — é um smartphone prático. Mesmo a coluna exterior, que está no fundo do equipamento, reproduz o som que se espera de um smartphone desta gama. Já a bateria, aqui a Samsung surpreendeu, e bastante. Mesmo em utilização mais intensa, chegámos ao final do dia com perto de 50% da capacidade. Por fim, a cor aurora da parte traseira. É um pormenor, mas é um que nos cativou.
Também há defeitos, como gestos da caneta e ausência de entrada de auriculares tradicionais
[Pode ver também aqui o GIF. Os gestos aéreos da S Pen são umas das novidades. Contudo, não funcionam em todas as aplicações e nem sempre são fáceis de usar]
Depois dos elogios, seria estranho não deixar algumas críticas. Já falámos da entrada do auricular. E sim, o preço é avultado (mas os topos de gama das marcas são cada vez mais assim). O Note 10 pode não ter especificações como um sensor de infravermelhos para mudar canais de televisão (continua a ser daqueles pormenores que só até se ter é que depois se sente falta dele), mas isso é um pormenor num smartphone que até tem uma caneta digital. Num telemóvel que praticamente surpreendeu, a crítica principal é o controlo de gestos que a Samsung utiliza para a sua versão do sistema operativo Android.
Em 2017, quando a Apple introduziu no mercado um iPhone sem um botão dedicado de menu e mostrou como podem ser os gestos num smartphone. Com deslizes de lado e para baixo facilmente se faz tudo no iOS e até num telemóvel com um ecrã grande. A Google até já pôs esse tipo de gestos no Android e outras marcas têm feito o mesmo. Agora, a Samsung oferece na sua versão do Android um controlo de navegação por gestos limitado e neste Note 10+ nota-se bastante. É apenas do fundo do ecrã e menos intuitivo. Há sempre a possibilidade de usar os botões digitais permanentes como antigamente, mas este ponto é algo que devia ser melhorado (mesmo para os outros smartphone da marca). E falando em gestos, apesar de os novos gestos aéreos da S Pen surpreenderem, é apenas quando funcionam, porque não são sempre fiáveis.
Veredicto final. Atualmente, este é o melhor smartphone, principalmente para quem quer uma máquina para produtividade
Por mais que se aponte defeitos ao Note 10+, — seja haver câmaras um pouco melhores na concorrência, poder melhorar a navegação por gestos ou não ter entrada para auriculares tradicionais — é inegável: este não é só o melhor Samsung, é atualmente o melhor smartphone no mercado. Por causa disso, tem um preço a condizer. Agora, em tudo o resto surpreende, e isso sem deixar de parte a icónica caneta que faz parte destes modelos. Para quem procura um smartphone com um grande ecrã (em todos os sentidos), e apetrechado de opções, agora sim, a Samsung está a mostrar como se deve fazer um topo de gama.