A dificuldade em gerir a temperatura dos pneus no asfalto do circuito Marco Simoncelli, em Misano, foi a causa da queda que afastou Miguel Oliveira (KTM) de um lugar nos pontos no Grande Prémio de São Marino.

O piloto português, que partiu da 19.ª posição da grelha, caiu à oitava volta na curva 4 do circuito de Misano, mas ainda conseguiu regressar à corrida, terminando na 16.ª posição, a 1.07,831 minutos do espanhol Marc Márquez (Honda), que bateu o francês Fabio Quartaro (Yamaha) à entrada para a última das 27 voltas da prova.

Esta foi a 77.ª vitória de Márquez, sétima da temporada, permitindo ao campeão mundial alargar a vantagem no campeonato para 93 pontos sobre o italiano Andrea Dovizioso (Ducati), que não foi além da sexta posição.

Apesar de largar do quinto posto, Márquez rapidamente se colou à traseira de Quartararo, com os dois pilotos a entrarem numa batalha à parte, deixando o espanhol Maverick Viñales (Yamaha) para trás, a debater-se com problemas de aderência do pneu dianteiro da sua mota.

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Do mesmo se queixou o português Miguel Oliveira, que depois de ter descido ao 20.º posto, devido à queda sofrida, ainda conseguiu recuperar até ao 16.º, ficando a uma posição de voltar a pontuar.

“Foi uma corrida dura, tal como previa”, disse o piloto de Almada, que ainda se sente limitado por uma lesão em dois tendões do ombro direito, sofrida no GP da Grã-Bretanha, a 25 de agosto.

De acordo com Miguel Oliveira, “não há muito a dizer sobre a queda”. “Foi uma pena, porque estávamos prestes a atingir o nosso objetivo — que passa por pontuar – outra vez. Podia ter sido mais competitivo na corrida, mas foi difícil gerir o pneu da frente com o calor [que se fazia sentir no asfalto de Misano]. Por isso, não consegui evitar a queda”, explicou Miguel Oliveira.

O piloto luso acrescentou que quando voltou à corrida já não conseguiu “ter um bom ritmo outra vez”, o que foi “frustrante”.

“Agora, vamos continuar com o nosso trabalho na próxima semana, em Aragão, e espero terminar a corrida”, concluiu o piloto almadense.

Sem pontos e com o 11.º lugar do francês Johann Zarco (KTM), o piloto português perdeu uma posição no campeonato, caindo de 17.º para 18.º, com os mesmos 26 pontos.

O patrão da equipa Tech3, pela qual alinha Oliveira, o francês Hervé Poncharal, deu os parabéns ao português pela resiliência demonstrada. “Obrigado ao Miguel por ter passado todo o fim de semana a tentar, apesar das dores. E obrigado por ter voltado à corrida depois da queda, o que é uma atitude corajosa”, começou por dizer o francês.

Poncharal lamentou, por outro lado, que a equipa tenha “voltado ao ponto em que estava antes da pausa de verão, na cauda do pelotão”. “Esperemos que o Miguel se sinta melhor em Aragão”, vincou.

A picardia entre Marc Márquez e o italiano Valentino Rossi (Yamaha), quarto classificado na corrida deste domingo, continuou para lá da corrida, depois de no sábado quase se terem tocado na sessão de qualificação. No final da prova, Márquez disse ter tido “uma motivação adicional para vencer uma corrida que não precisava”, dada a vantagem pontual no campeonato.

A próxima jornada, a 14.ª do campeonato, disputa-se já no domingo, com o GP de Aragão.