É uma mistura entre um modelo “inovador” de campanhas e o modelo de “continuidade” das campanhas tradicionais, explicou o diretor de campanha e secretário-geral do PSD, José Silvano, aos jornalistas. A campanha oficial do PSD vai passar por 17 distritos (Portalegre fica de fora, porque Rui Rio já passou por lá na pré-campanha, assim como as regiões autónomas) e não vai ser à base de almoços e jantares-comício com militantes a encher pavilhões (desses, só haverá três). O arranque oficial é em Setúbal e, no encerramento, Rio troca com Costa e fecha os trabalhos em Lisboa (Costa encerra no Porto).

Para contornar esse modelo, que exige uma grande mobilização das estruturas e que encarece as contas, Rui Rio vai apostar em almoços temáticos com empresários locais, onde se espera que oiça mais sobre as queixas e problemas dos empresários dos vários setores e fale menos. Vai também apostar em “talks”, onde o líder aparece num formato mais descontraído, “em sofás”, a responder a perguntas de uma audiência de militantes e simpatizantes. “As pessoas inscrevem-se e as perguntas são pré-selecionadas, o que não invalida que não haja perguntas espontâneas na hora”, explicou aos jornalistas a diretora de comunicação da campanha, Florbela Guedes.

A audiência das “talks” pode variar entre poucas dezenas de pessoas e “mais de 300 pessoas”, sendo as maiores as de Leiria e Aveiro. Em Faro, na Guarda e em Coimbra também haverá “talks”, mas de menor dimensão. Dos tradicionais jantares-comício só haverá três: um em Viseu, num pavilhão fechado; outro em Viana do Castelo, que será uma “festa popular” descrita como um “grande evento em termos de mobilização” e outro no habitual arraial minhoto da Malafaia, onde também haverá jantar e discurso do líder.

De resto, só haverá outros dois comícios, em Lisboa e Porto, mas esses serão a céu aberto no fim das tradicionais arruadas de Santa Catarina (no Porto) e do Chiado (em Lisboa). Questionado sobre se Rui Rio vai ter contactos de rua com a população, além dessas duas arruadas, José Silvano e Florbela Guedes sublinharam que essa vai ser mesmo a “grande aposta” da campanha. “Os momentos de contacto com a população vão ser privilegiados, nos mercados, nas feiras ou nas ruas e esplanadas com comércio local”, explicaram.

O período de campanha oficial começa a 23 de setembro, mas nesse dia há o frente a frente entre Rio e Costa, transmitido pelas rádios, e à noite, há um debate entre os seis partidos com representação parlamentar, daí que a volta pelo país só comece oficialmente na terça-feira, dia 24 de setembro. Rio arranca em Setúbal e termina em Lisboa, no dia 4 de outubro, trocando com António Costa, que encerra a campanha no Porto.

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