Os utentes dos transportes públicos de Alenquer ameaçam não pagar mais do que 40 euros — o valor do passe dos transportes públicos na Área Metropolitana de Lisboa (AML) — pelos passes que lhes dão acesso a Lisboa, noticia o Público. Os utilizadores dos transportes públicos que se desloquem entre Odemira, no Alentejo, e Lisboa, já têm direito a um passe deste valor desde final de agosto.

O problema nasce do facto de não existir um passe único inter-regional que sirva a região Oeste e a AML como tem sido reclamado pelos utentes há quase um ano. Quem comprar passe para Lisboa na zona Oeste tem de pagar mais de 100 euros, mas se fossem um dos concelhos abrangidos pagariam apenas 40 euros.

Utentes do Oeste reclamam passe igual ao da Área Metropolitana de Lisboa

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A revolta dos utentes prende-se, por um lado, com a disparidade de preços entre concelhos vizinhos — caso estejam dentro ou fora da AML —, e, por outro, porque a AML já chegou a acordo com a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL), que abrange os concelhos de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém, Sines e Odemira. Álcacer do Sal, por exemplo, está a 95 quilómetros de Lisboa, uma distância muito superior à dos concelhos que reclamam este benefício, como Alenquer, Arruda dos Vinhos, Sobral de Monte Agraço ou Torres Vedras.

O acordo entre a AML e a Comunidade Intermunicipal do Oeste (CIM Oeste), que beneficiaria muitos utentes que diariamente viajam para Lisboa, ainda não foi alcançado. Pedro Folgado, presidente da Câmara de Alenquer e da CIM Oeste, acha que o problema é exatamente o grande número de passes que seriam emitidos. “A Comunidade do Oeste recebe 1,3 milhões de euros do Estado para este sistema dos passes apoiados e vai gastar este ano 1,9 milhões. Já estamos a contribuir com mais 600 mil euros”, diz ao Público.

A CIM Oeste já tinha conseguido reduzir o valor dos passes em 30%, mas ainda assim continuavam muito superiores aos 40 euros pagos na AML. Agora, Pedro Folgado admite que, se não for possível um acordo inter-regional, podem ter de ser os municípios do Oeste mais próximos de Lisboa assumirem os custos das reduções de preço — isto se o conseguirem fazer.