A União Europeia (UE) obrigou os construtores de automóveis – e para o ano também os de camiões e de navios – a grandes esforços e investimentos para reduzir as emissões médias de dióxido de carbono (CO2). Por a tarefa ser ciclópica, a UE decidiu facilitar-lhes ligeiramente a vida ao permitir que as mecânicas híbridas plug-in (PHEV), em que os motores de combustão trabalham em conjunto com motores eléctricos alimentados por bateria, sejam altamente beneficiados.
A realidade é que se bem usados, ou seja, se utilizados tal como foram concebidos, com vantagens para as carteiras dos condutores e para o ambiente, os PHEV têm muitas vantagens, especialmente agora, em que o número de postos de carga ainda não tem cobertura nacional, nem garante a desejável disponibilidade. Mas abundam os estudos que acusam os condutores dos PHEV, especialmente os mais caros, de raramente lhes recarregarem a bateria, abrindo assim mão das vantagens que oferecem, excepção feita para as ajudas estatais e redução de impostos.
O raciocínio por detrás da ajuda da UE aos PHEV parte do princípio que conseguem percorrer 50 km em modo 100% eléctrico, pelo que apenas queimam combustível nos segundos 50 km, uma vez que a legislação concentra-se exclusivamente nos primeiros 100 km, o que é uma “prenda” considerável a todos os PHEV no mercado, pois permite que veículos com motores a gasolina com mais de 300 cv anunciem cerca de 2 litros (e paguem impostos sobre o CO2 relativo a esse valor), enquanto outros, com mais de 600 cv, reivindiquem pouco mais de 4 litros/100 km.
Mas estas são as regras do jogo e todos os fabricantes as aproveitam, pelo que se espera que muito em breve todos os fabricantes tenham em cada uma das suas gamas versões PHEV. Se, para muitos, este é ainda um objectivo a dois ou três anos, a Volvo garante ter desde já alcançado esta ambiciosa meta, ao introduzir no mercado o seu mais recente PHEV, o XC40 T5 Twin Engine.
O SUV compacto da Volvo monta o já conhecido motor da casa sueca, o 1.5 com três cilindros sobrealimentado a gasolina, que fornece 180 cv, associado a uma unidade eléctrica com 82 cv, ambos montados à frente (juntamente com uma caixa automática de dupla embraiagem e sete velocidades), uma vez que o modelo recorre exclusivamente à tracção dianteira. Para alimentar o motor eléctrico, o XC40 PHEV conta com uma bateria de 10,7 kWh, o que lhe garante apenas 46 km em WLTP.
Com a capacidade de atingir 205 km/h e os 100 km/h em 7,3 segundos, o XC40 T5 Twin Engine e os seus 252 cv anunciam um consumo de somente 1,7 litros/100 km, a que corresponde a emissão de 38 g de CO2/km.