Em Março de 2021, a Volvo anunciou a sua aposta a prazo nos veículos eléctricos, que dizia acreditar ser o futuro a ponto de se ter comprometido a não produzir mais carros com motor de combustão, a partir de 2030. Em Maio de 2024, o CEO do construtor sueco reiterou esta promessa, mas a realidade do mercado levou a marca a admitir agora que o objectivo de passar a vender exclusivamente modelos a bateria dentro de seis anos dificilmente será viável.
À semelhança do que aconteceu com a Mercedes, BMW e Porsche, também a Volvo abriu mão do compromisso de apontar para uma gama composta por 100% de veículos eléctricos em 2030. Em vez disso, o fabricante nórdico considera agora que os seus clientes vão preferir adquirir entre 90% e 100% de eléctricos e híbridos plug-in (PHEV), admitindo ainda que poderá continuar a fabricar veículos não recarregáveis a partir dessa data. O construtor está a referir-se a um número reduzido de modelos equipados com motores mild hybrid, mais leves e baratos, que não podem ser recarregados, ideais para mercados e locais onde a rede de postos de carga não existe ou é manifestamente insuficiente.
A Volvo antecipa que, em 2025, ano em que a média das emissões da gama de cada construtor que venda os seus veículos na UE vai baixar 19%, face a 2024, os eléctricos e os PHEV deverão representar entre 50% e 60%. Isto representa um magro incremento face aos 48% registados no 2.º trimestre de 2024, que será conseguido sobretudo graças aos eléctricos, uma vez que se estes estão a crescer a um ritmo mais moderado, os PHEV estão a ver a procura a cair no Velho Continente.
De acordo com o que foi anunciado pelo construtor, as vendas da Volvo incluíram 26% de veículos 100% eléctricos em Maio e Junho, com o novo EX30 a liderar destacado, ele que é um dos modelos exclusivamente a bateria com maior procura na Europa. A marca vê-se, assim, obrigada a continuar a investir em tecnologias que pretendia abandonar, nomeadamente os mild hybrid e os PHEV, de forma a produzir os carros que os consumidores querem verdadeiramente adquirir, devido à reduzida evolução nas infraestruturas de carregamento, bem como à confusão gerada pela decisão da UE em abrir a porta a motores de combustão que queimem combustíveis sintéticos ou hidrogénio, equiparando-os aos eléctricos.