Já se sabia que o livro de memórias de Demi Moore chegaria no final de setembro, mas desconhecia-se o seu conteúdo, o qual tem sido divulgado pouco a pouco. Numa recente entrevista no programa “Good Morning America”, a atriz revelou alguns dos segredos da autobiografia: quando tinha 15 anos, Demi Moore foi violada por um homem que, findo o ataque, pagou 500 dólares à mãe da atriz.

Os detalhes do incidente constam no livro “Inside Out”, que chega ao mercado esta terça-feira, dia 24 de setembro. Na obra, a atriz de “Ghost – Espírito do Amor” explica que a mãe, Virginia King, costumava levar a filha adolescente a bares para atrair a atenção de homens. A violação aconteceu numa noite em que Demi chegou a casa e deparou-se com um homem mais velho no interior do apartamento. O homem, conta, violou-a. No fim perguntou-lhe: “Como é que te sentes ao seres prostituída pela tua mãe por 500 dólares?”.

No livro, a atriz afirma que o ato foi uma “violação e uma traição devastadora”. Em entrevista ao programa “Good Morning America” conta a Diane Sawyer, a entrevistadora, que “no fundo do coração” não acredita que esta tenha sido uma transação direta. Depois da violação, Moore saiu de casa rumo a Hollywood, indústria onde construiu uma carreira sólida. Aos 56 anos, a veterana ainda dá cartadas e recentemente despiu-se de preconceitos para a revista Harper’s Bazaar.

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Mas esta não é nem de perto nem de longe a única história sombria que consta no livro, até porque o modelo familiar que Demi Moore tinha em casa foi desde sempre problemático. A atriz refere que a infância acabou quando salvou a mãe, Virginia King, da primeira tentativa de suicídio. Moore tinha apenas 12 anos e ainda se recorda de como as coisas aconteceram: “Lembro-me de usar os meus dedos, os dedos pequenos de uma criança, para tentar tirar os comprimidos da boca dela”. Um ano depois, agora com 13, descobriu que o marido da mãe não era o seu pai biológico quando encontrou o respetivo certificado de nascimento. Mais tarde, o padrasto haveria de se suicidar. A mãe morreu em 1998.

O espanhol El País reúne ainda outros incidentes que ajudam a fazer o desenho da complicada vida de Demi Moore, que chegou a engravidar no primeiro ano de namoro com o ator Ashton Kutcher, 16 anos mais novo do que ela. Os dois casaram em 2005 — foi o terceiro casamento de Moore — e separaram-se em novembro de 2011. Agora, no livro de memórias, a atriz conta que perdeu o bebé, uma menina, aos seis meses de gravidez e culpou-se porque a altura em que soube da gravidez correspondeu a um período em que tinha voltado a beber (a atriz teve, em diferentes fases da vida, problemas com o álcool). Após o casamento, Moore e Kuther tentaram engravidar com recurso a tratamentos de fertilidade, embora sem sucesso.

Demi Moore e Bruce Willis com as três filhas: Rumer Willis, Tallulah Belle Willis e Scout LaRue Willis. (© Bruce Glikas/FilmMagic)

Na década de 80, Demi Moore deu entrada num centro de reabilitação para tratar da sua adição às drogas e ao álcool. A história repetiu-se quando, em 2012, colapsou ao fim de meses de festas e transtornos alimentares, numa altura em que tinha a carreira estagnada e estava uma vez mais solteira. Ainda assim, o casamento de 13 anos com Bruce Willis e as três filhas que tiveram juntos salvaram-na de um caminho mais destrutivo. Consta que, ainda hoje, o ex-casal dá-se particularmente bem.