O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) espera que o primeiro-ministro reforce efetivamente as verbas do Orçamento do Estado para o setor, depois de ter anunciado na campanha eleitoral que uma das prioridades ia ser o Serviço Nacional de Saúde.

Escusando tecer comentários sobre a recondução de Marta Temido à frente do Ministério da Saúde, Guadalupe Simões, do SEP, disse que, seja qual for a pessoa que está à frente desta pasta, o importante é que seja dado um sinal claro de que o setor é uma prioridade.

Seja com a atual ministra da Saúde, que foi reconduzida no cargo, seja com outra pessoa, o que é importante é que este Governo, que assumiu que o SNS é uma prioridade, de facto estabeleça e decida todas as medidas que sejam necessárias no sentido de reafirmar que esse é o seu posicionamento, nomeadamente a questão das carreiras profissionais e da sua dignificação”, afirmou Guadalupe Simões.

“Não há SNS sem a melhoria das carreiras profissionais”, acrescentou a responsável, sublinhando: “E isto pode ser feito de forma pontual e em função dos serviços em que alguns profissionais trabalham, como já foi alvitrado há um mês”.

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O representante do SEP considerou “importantíssimo” que o Governo “aposte definitivamente na promoção da saúde e na prevenção da doença”. “É uma área em que o Governo e o Ministério da Saúde têm de dar prioridade e tem de haver um aumento de investimento no SNS em termos dos equipamentos, que nalguns casos estão perfeitamente obsoletos”, afirmou.

Para o SEP, a questão da melhoria das condições de trabalho dos enfermeiros, “nomeadamente a admissão de mais profissionais e a melhoria das carreiras está intimamente ligado àquilo que deve ser a prioridade de aprofundamento do SNS”. “O agora primeiro-ministro anunciou na campanha eleitoral que uma das suas prioridades ia ser o SNS e, portanto, só posso prever que haja efetivamente um reforço do Orçamento do Estado para a área da saúde, se essa for efetivamente a prioridade de António Costa e deste governo”, acrescentou.

A ministra Marta Temido, que foi reconduzida, tinha tomado posse no anterior Governo há um ano, substituindo cargo Adalberto Campos Fernandes. O XXII Governo Constitucional, apresentado por António Costa ao Presidente da República na terça-feira, mantém 14 ministros nas mesmas pastas, e apresenta cinco novos.

O segundo executivo liderado por António Costa vai integrar 19 ministros, além do primeiro-ministro, o que o torna o maior em ministérios dos 21 Governos Constitucionais e também o que tem mais mulheres ministras, num total de oito.