Portugal é o segundo país onde os direitos pessoais estão mais protegidos. A conclusão é retirada dum estudo da Social Progress Imperative, apoiado pela Deloitte, que calcula o Índice de Progresso Social (SPI, na sigla inglesa) em 149 países. O estudo, a que o Observador teve acesso, vai ser divulgado na próxima segunda-feira, 28 de outubro. No total, os países avaliados abrangem 98% da população mundial. O nosso país surge na 18ª posição na classificação geral. São avaliados 51 indicadores que se dividem em três categorias: necessidades básicas, bem-estar social e oportunidades.
Os cinco países com melhores resultados encontram-se no norte e centro da Europa. São eles: Noruega, Dinamarca, Suíça, Finlândia e Suécia. Já do lado oposto, na cauda deste ranking, encontram-se cinco países africanos: República Democrática do Congo, Eritreia, Chade, República Centro-Africana e Sudão do Sul — ordenados de último até ao 145º lugar.
São medidos dados relativos a diversos fatores, desde a assistência médica à segurança pessoal passando qualidade ambiental, direitos pessoais ou acesso ao conhecimento básico. Aquilo em que Portugal mais se destacou foi na proteção dos direitos pessoais, ficando em segundo lugar dos 149 países, apenas superado pelo primeiro país do ranking, a Noruega.
Este indicador é precisamente aquele que desde 2014 — ano em que se fez o primeiro estudo — mais declínio sofreu, passando de 65,61 pontos para 61,44 numa escala de 0 a 100. Neste campo, os Estados Unidos caíram 4,44 pontos, por exemplo. Portugal não atingiu o primeiro lugar em nenhum dos 51 indicadores e aqueles em que obteve piores classificações foram nutrição (24º lugar) e acesso ao conhecimento básico (25º lugar).
Mas desde 2014 o mundo SPI mundial melhorou de 62,16 para 64,47. No entanto, o progresso não tem sido o mesmo em todos os países nem em todos os indicadores. O maior progresso foi alcançado no acesso à informação e às comunicações aumentou 11,49 pontos nos últimos seis anos, atingindo a marca dos 71,74. Mas esta evolução deve-se sobretudo ao aumento da facilidade de acesso à internet e no aumento das subscrições de tarifários de telemóveis nos países mais desenvolvidos.
Além de uma classificação global, onde Portugal surge à frente de países como os Estados Unidos ou a Bélgica, existe ainda uma comparação que é feita por grupos, através do PIB. Os 149 países são divididos em grupos de 15, tendo por base o nível do PIB. No grupo de países a que Portugal pertence, o nosso país regista o terceiro melhor nível de SPI.
Portugal merece ainda uma nota de destaque em indicadores como a inclusão, onde obtém o décimo melhor registo, ou em água e saneamento, ocupando o 11º lugar.
Comparado com os outros seis anos, Portugal obtém neste relatório referente a 2019 o melhor registo de todos e confirma a tendência de melhoria que vinha registando desde que o SPI começou a ser medido. O estudo destaca ainda o facto de Portugal ter tido um “desempenho superior ao expectável de acordo com o PIB nacional”.