O Irão assinala esta segunda-feira o quadragésimo aniversário da invasão da embaixada dos Estados Unidos em Teerão com protestos antiamericanos em muitas cidades do país.
Em Teerão, dezenas de milhares de pessoas reuniram-se no início da manhã em frente à antiga representação diplomática dos Estados Unidos no centro da capital.
A televisão estatal transmitiu imagens ao vivo de protestos semelhantes em muitas cidades iranianas, incluindo Machhad (norte) e Isfahan (centro), segunda e terceira maiores cidades do país, respetivamente, mas também em Ilam, Bouchehr, Ahvaz e Shiraz, no sul, Zahedan (sudeste) ou Qazvin e Tabriz (norte).
Em Teerão, homens, mulheres e crianças mostravam cartazes em inglês e persa, que diziam: “Morte à América, Morte a Israel, Vitória para Islão”.
No dia 4 de novembro de 1979, um grupo de estudantes revolucionários iranianos invadiu a embaixada norte-americana no Irão. A ação, protagonizada por algumas centenas de revolucionários, serviu para exigir aos Estados Unidos a extradição do líder deposto, Mohammad Reza Pahlavi, que estava no país em tratamento médico, autorizado pelo então presidente norte-americano Jimmy Carter.
O assalto à embaixada, com 52 norte-americanos feitos reféns, durou 444 dias, abriu caminho para uma mudança política no Irão e a um arrefecimento das relações entre os dois países que dura até hoje.
O quadragésimo aniversário da invasão da embaixada ocorre em um clima de tensões crescentes entre Teerão e Washington, tendo como pano de fundo a retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear internacional alcançado com o Irão em 2015 e a continuação de uma política dos EUA de “pressão máxima” contra o Irão.
Os comícios este ano ocorrem ainda numa altura em que os aliados regionais do Irão no Iraque e no Líbano enfrentam protestos generalizados. O consulado iraniano em Karbala, Iraque, uma cidade sagrada para os xiitas, foi atacado por uma multidão durante a noite. O vídeo da Associated Press mostra que um incêndio queimou o portão do consulado, enquanto os manifestantes atiravam bombas de gasolina e subiam os muros, alguns agitando bandeiras do Iraque.