Almeida Henriques, atual presidente da Câmara de Viseu e ex-secretário de Estado Adjunto da Economia e Desenvolvimento Regional está a ser investigado pela Polícia Judiciária (PJ) do Porto e pelo Ministério Público por alegadamente ter sido facilitador dos negócios de José Agostinho Simões, figura principal no caso de corrupção que envolve o Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP). É   o Jornal de Notícias que dá conta deste suposto envolvimento de Almeida Henriques que, tudo indica, teria um “testa de ferro” à frente de uma empresa por onde chegaram a ser recebidos 120 mil euros, quantia referente a serviços prestados pelo agora autarca quando esteve no Governo e no Parlamento.

Como o presidente do Turismo do Norte comprou um BMW, contratou amigos e tentou chegar à Liga de Futebol com dinheiro público

A PJ acredita que Almeida Henriques terá telefonado a autarcas e decisores políticos como Manuel Machado (presidente da Câmara de Coimbra) ou Rui Moreira (presidente da Câmara do Porto) para os convencer a receber o empresário José Agostinho Simões, para que este conseguisse estabelecer negócios com os mesmos. Segundo a investigação do JN, Almeida Henriques recebia uma avença de 1200 euros mensais, pagos através da empresa QI Consultadoria Empresarial (que era gerida pelo próprio até 2011, altura em que passou para as mãos do agora autarca).

Uma série de escutas comprovam alegadamente esta suposta transação de influências que poderá ter começado antes, quando Almeida Henriques era deputado e membro da Comissão de Assuntos Económicos, Inovação e Energia. Nessa altura, fase em que Agostinho Simões estava ainda a “construir” a empresa Tomi World (peça central da operação Éter), Henriques fornecia-lhe informações privilegiadas. Um ano depois, quando o ex-secretário de Estado assumiu em pleno essa função, o mesmo Almeida Henriques terá aproveitado a sua proximidade à gestão dos Fundos Estruturais do Quadro de Referência Estratégico Nacional (mais conhecido como QREN) para dar à empresa de José Agostinho Simões apoios no valor de 2,8 milhões de euros e taxas de cofinanciamento de 85%, ao invés dos supostos 70%.

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