O Governo de Cabo Verde e a multinacional norte-americana IBM assinaram esta segunda-feira um memorando de entendimento para a implementação de um programa piloto que vai formar 10 mil jovens ao nível do digital.
O documento foi assinado, na cidade da Praia, pelo diretor-geral das Telecomunicações e Economia Digital de Cabo Verde, Aruna Hendem, e pela diretora-geral da IBM para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), Júlia Carvalho, que considerou que se trata de uma “parceria muito importante”.
Denominado “A Nação Digital África” e criado em 2018 especificamente para o continente africano, o programa da empresa dos Estados Unidos da América do ramo da informática visa desenvolver competências digitais e formar novas gerações nos diversos países.
O programa vai começar no início do próximo ano, formando 50 tutores, que vão depois treinar os 10 mil jovens, num período de dois anos, mas segundo Júlia Carvalho, a ideia é que as formações sejam duradouras para poderem abranger mais jovens cabo-verdianos.
Cabo Verde é o primeiro dos PALOP a beneficiar deste programa de capacitação da juventude ao nível digital, mas a representante do IBM almeja chegar a outros países africanos, estando já a iniciar parcerias com os governos da Nigéria e do Quénia.
Segundo o diretor-geral das Telecomunicações e Economia Digital de Cabo Verde, Aruna Hendem, o programa vai abranger a literacia digital, a inclusão digital e um plano de formação de todos cabo-verdianos, dentro de um processo de desenvolvimento de competências digitais. “É um programa simples, mas com um parceiro estratégico, que é IBM”, notou o responsável governamental, referindo que os formadores vão utilizar os instrumentos das universidades, do NOSi Akademia e os ‘weblab’ para desenvolver os programas de formação.
O Governo cabo-verdiano dá as condições necessárias para que o programa seja implementado, enquanto os custos financeiros serão suportados pela IBM. Presente na assinatura do memorando, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, disse que é um projeto muito importante, que “vale mais do que mil estradas, portos ou aeroportos”, porque se trata de um investimento nas pessoas.
O ministro disse ainda que o programa “encaixa muito bem” na estratégia do Governo, de desenvolvimento sustentável, com enfoque no setor tecnológica, esperando que as formações venham a abranger todos os jovens cabo-verdianos. Ministério da Educação, entidades responsáveis para a formação profissional, setor privado e sociedade civil são ainda outros dos parceiros envolvidos no programa.