A polémica entre a Nissan e o seu salvador e ex-chairman Carlos Ghosn, com a justiça japonesa pelo meio, continua de vento em popa. Desta vez, segundo a Fortune, deverá ser aplicada à Nissan mais uma multa de 2,4 mil milhões de ienes, cerca de 20 milhões de euros, em virtude de não ter reportado às finanças japonesas a quantia correcta paga ao gestor francês, em representação da Renault, o maior accionista da marca japonesa com 43,4%.

A recomendação da multa foi realizada pela comissão que regula a bolsa nipónica, ainda que apenas um ano depois de Ghosn ter sido preso e se a Nissan já admitiu a culpa, declara que ainda não recebeu a informação oficialmente. Ghosn, pelo seu lado, contesta a penalização. “Não há compensações não pagas. O Sr. Ghosn nunca pediu o pagamento dessas compensações e a Nissan nunca o fez”, alegam os seus advogados.

Ao que tudo indica, em causa está uma lei aprovada no Japão em 2010, que obriga à informação de todo o tipo de pagamento acima de mil milhões de ienes, cerca de 8,3 milhões de euros. O procurador japonês acusa Ghosn de ter a intenção de pretender receber de outra forma uma parte das suas remunerações. Alegadamente, mais tarde e de forma mais vantajosa do ponto de vista fiscal.

A acusação tem como suporte as informações prestadas por Hideaki Ohnuma, o secretário da Nissan responsável pela contabilidade que chegou a um acordo com o Estado, depois de ter partilhado informações que levaram à prisão do gestor francês a 19 de Novembro de 2018, cujo julgamento apenas deverá iniciar-se no próximo ano.

Alegam os advogados de Carlos Ghosn que “o montante da indemnização que poderia legitimamente receber seria definido após avaliação do seu desempenho, capacidades e perspectivas, podendo ser utilizado como base caso Ghosn tivesse assinado um contrato com outra empresa”, o que dificilmente terá acontecido dado estar preso há mais de um ano.

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